As movimentações em preparação para a Greve Geral na Paraíba estão na reta final e o resultado pretendido é que juventude e trabalhadores ocupem as ruas contra a reforma de previdência defendida por Bolsonaro (PSL), o aumento do desemprego e a favor da educação brasileira. Outro sentimento que move os organizadores da Greve é a indignação revelada pelos vazamentos recentes de conversas entre - na época - o juiz Sérgio Moro e o procurador da República, Deltan Dallagnol, responsável pela Operação Lava Jato que prendeu o ex- presidente Lula.
Desde segunda-feira (10), várias atividades de panfletagem estão sendo realizadas na capital paraibana chamando a atenção da população para a Greve Geral. Aqui na Paraíba, além do movimento sindical como a Central Única dos Trabalhadores e a Central dos Trabalhadores do Brasil, estão envolvidos os movimentos sociais e partidos que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Um comando de greve foi constituído para pensar e organizar o ato de rua que será realizado na tarde do dia 14, no centro da cidade, mais precisamente na Lagoa.
"A sociedade não aguenta mais. O número de desempregados e de desalentados, quando somados aos subempregados, bate os 28 milhões fora do mercado de trabalho formal. Esse é um número assustador e nós avaliamos que está acontecendo uma grande tragédia”, afirmou o presidente da CUT-PB, Paulo Marcelo.
Para Paulo Marcelo, o ponto principal dessa greve é a luta contra a Reforma da Previdência, mas outras questões que se agregam à mobilização são os ataques à educação, níveis de desemprego crescente e a entrega do patrimônio público do país. “Questionamos se as reformas dão certo: a reforma trabalhista, o projeto de terceirização, tudo isso era para gerar emprego, e o Brasil não apresentou nada de diminuição do número de desempregados. Essa é uma luta que não termina no dia 14 com a greve geral e virá em outros momentos, mas o objetivo principal agora é derrotar a reforma da previdência que já está provado que irá tirar os direitos dos mais pobres”, observou.
Outro setor importante que aderiu à Greve foi o dos estudantes, professores, técnicos e funcionários das instituições de ensino superior, médio, fundamental e até mesmo do setor privado.
No dia que antecede à Greve Geral vai acontecer uma grande plenária na Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores na Agricultura (Fetag), a partir das 17h, que fica localizada na Rua Rodrigues de Aquino, 944, no bairro de Jaguaribe.
Risco de Privatização
Pauta forte também neste dia 14, será a de denúncia às privatizações, como é o caso dos Correios, por isso, durante a manhã desta terça (11), aconteceu um ato contra a privatização dos Correios, no Centro Administrativo e Operacional do órgão, em João Pessoa, situado na BR 230, no bairro do Cristo Redentor.
Confira a seguir a nota emitida pelo Sindicato dos Correios da Paraíba:
Os Correios são uma empresa pública de direito privado, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Tiveram sua origem no Brasil em 25 de janeiro de 1663 e, em 20 de março de 1969, com a reorganização do serviço postal pela Lei nº. 509, foi transformada em Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A empresa, presente em mais de 5.500 municípios do país, presta serviços que vão desde o envio e o recebimento de cartas e encomendas à logística integrada, além de serviços financeiros e de conveniência.
É a maior empresa de logística e postal da América Latina, com um papel relevante na integração territorial. É responsável pela universalização dos serviços postais no país e cumpre sua função social ao garantir à população o acesso à cidadania, servindo de balcão do cidadão, atuando no pagamento de pensões e aposentadorias; na distribuição de livros escolares; no transporte de doações em casos de calamidade; em campanhas de aleitamento materno; no treinamento de jovens carentes; Campanha Papai Noel dos Correios, entre outros vários projetos.
Ao longo do tempo implementou novas tecnologias aos seus serviços, como sistemas de rastreamento dos objetos, sistema de entrega via smartphone, dando ao cliente mais precisão nas informações.
Entretanto, os recursos necessários para investimentos na melhoria da empresa foram transferidos de forma indevida para o Governo Federal, através de repasses que totalizaram cerca de 6 bilhões de reais.
No Brasil, assim como na Paraíba, houve uma redução do efetivo de trabalhadores, resultado das aposentadorias e dos PDV´s (plano de demissão voluntária). Para se ter uma ideia, em maio de 2015 havia 1.701 funcionários no Estado. Já em abril deste ano, chegamos ao número de 1.460 empregados. O último concurso público foi realizado em 2011.
Mesmo assim, os trabalhadores dos Correios produziram para a empresa, no ano de 2017, um resultado positivo de 667 milhões de reais. Além disso, distribuíram em todo o país, a média mensal de meio bilhão de objetos postais.
A ECT é uma empresa pública que não depende de verbas federais para seu funcionamento. Ela é autossustentada e muito lucrativa, mesmo não sendo essa a sua função principal. A falta de investimento em equipamentos e em contratação de pessoal foi o fator que levou à queda da qualidade do serviço prestado à população e é resultado da política do Governo Federal de sucateamento da empresa a fim de facilitar a privatização.
Diante da situação descrita, é de extrema importância que os trabalhadores e o povo brasileiro defendam o Correio público e de qualidade para toda a população.
O SINTECT-PB tem a honra de convida-lo(a) a participar do Ato Público dos trabalhadores em Correios e Telégrafos na Paraíba, que será realizada, dia 11/06/2019, terça-feira, às 07:00 horas, com café da manhã, no COA – Centro Administrativo e Operacional dos Correios, em João Pessoa, situado na BR 230, Km 24,5 - Cristo Redentor, EM DEFESA DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO.
Contamos com sua participação e apoio dando sua colaboração no fortalecimento da luta por um Correio Público e de qualidade, acessível a toda população brasileira.
Correios privatizado, você prejudicado!
Não à privatização dos Correios!
Não ao fechamento das agências!
Pelo retorno da entrega diária!
Não à reforma da previdência!
Diretoria Colegiada do SINTECT/
Edição: Cida Alves