A Paraíba amanheceu como um verdadeiro dia de greve geral. Trabalhadores e trabalhadoras tomaram as ruas para dizer não à reforma da previdência, não aos cortes da educação e levaram indignação contra o aumento do desemprego e pela liberdade de Lula.

As movimentações começaram logo cedo e envolveram cerca de 50 cidades paraibanas. Os estudantes de todos os campi dos Instituto federal da Paraíba deflagraram greve. Já na grande João Pessoa, as paralisações iniciaram às 4h da madrugada e manifestantes fizeram piquetes em vários pontos da cidade, como nas empresas de transporte Transnacional, São Jorge, Santa Maria, no bairro dos bancários, a interdição foi próximo ao Carrefour.

“Somos contra a reforma da previdência porque ela é injusta, enquanto o trabalhador vai ter sua jornada de trabalho aumentada e vai ter que trabalhar mais anos, o empresário vai lucrar em cima de cada um de nós. Esse não é o governo que nós queremos, queremos um governo que valorize a educação”, disse Juliana Lima, estudante da Universidade Federal da Paraíba.

Ruas do Centro Histórico de João Pessoa também foram interditadas. / Luana Carolina.

Outros pontos na capital também foram registrados: na CBTU, Porto do Capim; Avenida Liberdade, Bayeux; Acesso Oeste; Banco Itaú da Duque de Caxias e outras agências; Paralisação no terminal de cargas do Porto de Cabedelo; Centro Operacional e Administrativo dos Correios, no Cristo; Call Center AeC em Campina Grande; fechamento da BR -104, entre Queimadas e CG; Trabalhadores da limpeza urbana reforçam o piquete em oitizeiro; Tribunal regional eleitoral; Empresa JMT Service, terceirizada que presta serviços na UFPB liberou seus funcionários.

O comércio de João Pessoa ficou parado e por volta das 10h, um grupo de manifestantes foi conversar com os comerciários, neste momento, um princípio de desentendimento aconteceu por parte da polícia militar. “Aqui não tem cachorro, aqui tem pessoas sérias, trabalhadoras e trabalhadores”, lembrou o deputado federal pelo PT, Frei Anastácio, se referindo ao tratamento que a polícia militar deu aos manifestantes.

 Ato da Greve Geral na Lagoa. / Levante.

“Nós temos que nos organizar em sindicatos porque só eles têm direito de nos representar e de nos representar com legitimidade. Se a gente não tem esse direito, quando vem a eleição, ficamos vulneráveis. Direito trabalhista não se retira, se amplia”, declarou Dráuzio Macedo, assessor parlamentar do vereador Marcus Henriques (PT).

A pauta da privatização da água e saneamento esteve presente no ato à tarde em João Pessoa. / Fernando Patriota.

Na parte da tarde, a concentração em João Pessoa aconteceu na Lagoa e reuniu milhares de pessoas em defesa da previdência. “Reforma é para melhorar a vida da gente, mas essa reforma de Bolsonaro significa que nenhum trabalhador, nenhuma trabalhadora vai poder se aposentar e por isso temos que lutar contra esse desmonte da seguridade social”, explicou Luzenira Linhares, secretária de mulheres da CUT.

Confira como foi em outras cidades:

Em Campina Grande

Campina Grande / Lucas di Faria.

Na manifestação da Greve Geral em Campina Grande-PB, neste 14J, milhares de pessoas saíram às ruas do centro da cidade para protestar contra a Reforma da Previdência e em defesa da educação pública. Além disso, durante boa parte da manhã de hoje, as entradas pela BR foram fechadas. Houve piquete em frente a AeC, empresa de Call Center conhecida pelas relações precárias de trabalho.

Em Patos

Dezenas de pessoas se concentraram na Praça Edivaldo Mota e saíram em caminhada até a Praça Getúlio Vargas, onde foi realizado um Ato Político Cultural. Zé Nilton e a Banda Fora Bolsonaro animaram a atividade.

Em Sapé

Foto: Miguel Sintep

Centenas de pessoas marcharam, saindo da Praça de Eventos, passando por várias ruas do centro da cidade, até o pavilhão central. O ato contou com a participação de pessoas dos municípios de Sobrado, Riachão do Poço e Mari.

Em Cajazeiras

Com a participação de pessoas dos municípios de Uiraúna, São José do Rio do Peixe, São José de Piranhas, Carrapateira, Cachoeira dos Índios, Bernardino Batista. A partir das 17h aconteceu um Sarau Pelo Direito de Se Aposentar, na Praça do Leblon, com apresentações culturais, música, dança, poesia e teatro, intercalado com falas sobre o projeto da Reforma da Previdência.

Sousa

Foto: Pedro Couto

A concentração foi em frente da Igreja Sant'Ana, mais conhecida como Igreja da Estação, a partir das 07:00h. Estiveram presente o Sindicato dos Professores do Município - SINDPROMS, Sindicato dos Professores das Escolas Privadas - SINTEENP, Sindicato dos Professores do Estado - SINTEP, Sindicato dos Bancários, Sindicato da UFCG - ADUFCG, sindicato do IFPB - SINTEF, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aparecida, Sindicato Rural de Vieirópolis, Centro de Educação Especial Integrada Geny Ferreira - CEEIGEF, MST e estudantes do IFPB e UFCG. Os manifestantes saíram por volta das 9h e seguiram pela avenida principal, parando em frente ao Bradesco, depois em frente ao prédio do INSS, seguindo para a Escola Municipal Batista Leite e, por último, foram para o calçadão que fica ao lado do Banco Santander no centro de Sousa. O ato terminou por volta das 10:30h, com a execução do Hino Nacional Brasileiro.

Pedras de Fogo (PB) e Itambé (PE)

Centenas de manifestantes reuniram-se, em frente à Igreja Matriz de Pedras de Fogo, hoje pela manhã, às 9 h, contra a Reforma da Previdência e os cortes da educação pública. O 14J foi organizado pelos Sindicato dos Trabalhadores Municipais do Agreste e Mata Sul da Paraíba - SINTRAMS/PB e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itambé - SINFUPI/PE. Foi realizado um ato em frente ao Santuário Nossa Senhora da Conceição e depois as pessoas saíram em caminhada por algumas ruas da cidade paraibana, encerrando a manifestação na Praça Maria José Sá de Andrade em Itambé – PE.

Nova Palmeira

Vários servidores públicos saíram às ruas de Nova Palmeira – PB para protestar contra a Reforma da Previdência. O ato foi realizado pelo Sindicato dos Servidores e Servidoras Municipais do Curimataú e Seridó Paraibano – SINPUC.

Cuité

Servidores públicos e estudantes saíram às ruas de Cuité, na manhã desta sexta-feira, 14J, para protestar contra a Reforma da Previdência e os cortes na educação. Os manifestantes se concentram em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora das Mercês, e saíram em caminhada até a agência do INSS, onde aconteceu um ato público.  

Edição: Heloisa de Sousa