Paraíba

EM MOVIMENTO

MST realiza Encontro Estadual da Frente de Massa e Direitos Humanos na Paraíba

Resistência e unidade marcaram a mesa de análise de conjuntura

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Abertura do Encontro nesta quinta-feira (25); evento segue até sábado (27).
Abertura do Encontro nesta quinta-feira (25); evento segue até sábado (27). - Joel Cavancante

Em tempos de retrocessos nos direitos da população brasileira como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deve se comportar? A partir dessa e de outras questões, está sendo realizado o Encontro Estadual da Frente de Massa e Direitos Humanos, no Acampamento Arcanjo Belarmino, localizado em Pedras de Fogo.
O encontro teve a abertura na manhã desta quinta-feira, 25, com uma mística e execução do hino do MST, e segue até sábado (27). Em seguida, ocorreu a mesa de análise de conjuntura, contando com a participação de Gleyson Melo, do Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD), Jonas Duarte, professor de história da UFPB, e Dilei Shiochet, do MST. Vários militantes e apoiadores da luta pela terra estiveram no evento.
Segundo Jonas Duarte, o MST é o maior e mais importante movimento popular do Brasil e da América. “Não há alternativa para a classe trabalhadora do que lutar por seus direitos. O MST dá sentido a luta da classe trabalhadora”, disse o professor. 
A reforma trabalhista, a entrega do petróleo, a venda da EMBRAER, o sucateamento da educação, saúde e políticas sociais, além da reforma da previdência foram os verdadeiros motivos que levou a queda de Dilma com o golpe de 2016, e a prisão de Lula com seu impedimento de ser candidato em 2018, segundo Jonas Duarte. O que estava por trás eram os interesses do capital internacional e do grande empresariado nacional.

Frutos do acampamento foram expostos durante Encontro. / Joel Cavalcante.

Gleyson destacou a importância da luta urbana no processo de resistência ao desmantelamento do Estado brasileiro. Segundo ele, campo e a cidade precisam se unir para enfrentar juntos essa conjuntura de perdas de direitos. O golpe foi planejado para pôr fim aos direitos sociais, à função social da propriedade, que atinge tanto as cidades quanto a zona rural, e para vender os recursos sociais.
“O governo Bolsonaro cortou os recursos para reforma agrária e para o pequeno agricultor. Enquanto os Estados Unidos e a China investem bilhões em sua agricultura, o Brasil só investe no agronegócio”, segundo Dilei. A política do ministério da agricultura visa apenas ao mercado externo, fazendo o Brasil retroceder ao período colonial. Para enfrentar isso, outras lutar são importantes como a defesa da soberania nacional, a educação, e contra a reforma da previdência. “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, disse, citando a paraibana Margarida Maria Alves, assassinada pelo latifúndio em 12 de agosto de 1983.
A unidade com outros setores como os estudantes, professores, as mulheres, negros, trabalhadores urbanos, rurais, quilombolas, será essencial para resistir e derrubar o projeto ultraliberal que tem destruído os direitos da classe trabalhadores e vendido as riquezas do país, foi a análise comum dos três expositores. 

Edição: Heloisa de Sousa