A Paraíba registrou um crescimento de 53% no número de casos de feminicídio entre 2017 e 2018, segundo dados do Anuário Brasileiro da Violência 2019. O aumento foi de 22 casos em 2017 para 34 em 2018, a quarta maior alta em relação aos estados brasileiros, atrás apenas de Sergipe (163,9%), Amapá (145,2%) e Rondônia (100%).
A publicação, divulgada na última terça-feira (10) se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública.
Segundo o Anuário, o feminicídio é a principal causa de morte das mulheres na Paraíba. O estudo aponta que 46 mulheres foram mortas em 2018 no estado, e 74% delas foram vítimas de feminicídio, ou seja, quando a motivação do crime é relacionada às questões de gênero. Este índice é a maior entre os estados brasileiros. Em 2017, o mesmo dado era de aproximadamente 42% no estado. O ranking dos maiores índices de feminicídio em relação aos assassinatos de mulheres é completado por Distrito Federal (62%) e por Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul (57%).
Por outro lado, o número absoluto de mulheres assassinadas no estado caiu em cerca de 12% entre 2017 e 2018. Foram seis mulheres mortas a menos no ano passado.
Tel: (83) 3218-5316 - Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) – João Pessoa
Os casos de denúncia de estupro também caíram: no período de 2017 a 2018 passou de 329 para 239 mulheres vítimas. Outro dado que praticamente não variou foi o de agressões decorrentes de violência doméstica. Foram 2.014 casos registrados em 2017 e 2.002 casos em 2018.
Nacionalmente
Em 2018, 1.206 mulheres foram vítimas de feminicídio, uma alta de 4% em relação ao ano anterior. De cada dez mulheres mortas, seis eram negras. A faixa etária da maioria das vítimas é entre 20 e 39 anos. Nove em cada dez assassinatos de mulheres são praticados por companheiros ou ex-companheiros. Apenas 4 dentre 100 mulheres assassinadas por feminicídio chegaram a fazer boletim de ocorrência.
Segundo especialistas,o silêncio da mulher é determinante para a vida ou para a morte porque quando ela denuncia, o estado é obrigado a ajudá-la.
O estudo aponta que o estupro bateu recorde no Brasil. São 66 mil vítimas de estupro em 2018, maior índice desde que o estudo começou a ser feito em 2007. A maioria das vítimas (53,8%) são meninas de até 13 anos. Os dados mostram um aumento de 4,1% em relação a 2017. No Brasil ocorre em média 180 estupros por dia.
Edição: Cida Alves