De uns tempos pra cá, mais intensamente nos últimos 10 meses, querem acabar com a inteligência no Brasil. Mais especificamente: querem proibir a inteligência para o povo brasileiro. Para isso alguns políticos e seus capachos atacam diretamente o trabalho dos professores e professoras em nosso país. Não basta termos condições precárias de trabalho, lidarmos com conflitos diariamente (o que torna nosso trabalho potencialmente adoecedor), nos desdobrarmos para fornecer a melhor educação possível aos nossos jovens, agora querem proibir que os professores pensem e estimulem os outros a pensar. 
O trabalho do professor lida diretamente com o pensamento, com o estímulo à curiosidade, à criatividade, com apresentar caminhos possíveis de compreensão da realidade e do funcionamento da natureza. Sem essa diversidade de pensamento seria impossível o desenvolvimento científico e social da humanidade. Além disso, trabalhamos com sentimentos. Quantos e quantas jovens não mudaram suas vidas pelos simples fato de terem sido escutados, ou terem ouvido alguma palavra de conforto, ou um estimulo de seus professores?!

Cartaz Audiência Pública
Mas nosso trabalho pode ser potencialmente perigoso para políticos que querem se manter no poder pela ignorância, pelo desconhecimento. Por políticos e pessoas que querem a morte do que pensa diferente, do que se veste diferente, do que vive diferente. Pode ser perigoso porque pode fazer o estudante pensar grande, entender das leis da física e do universo, entender da composição química dos materiais e dos perigos dos agrotóxicos em nossos alimentos, dos cálculos matemáticos e a grande proporção de pessoas pobres em relação às pessoas ricas de um país. 
Pode ser perigoso pois ao aprender a língua portuguesa e estrangeira, o estudante pode também compreender sua realidade. Ser perigoso por apresentar a beleza da arte, as indagações filosóficas, a diversidade sociológica. Imagina o que seria da História, da minha e da sua inclusive, contada apenas de um ponto de vista?!
Hoje políticos querem invadir escolas para proibir os professores e estudantes de exercerem o pensamento. O que será que esses políticos temem? Na próxima sexta-feira (27/09) estaremos na Assembleia Legislativa da Paraíba debatendo com os políticos a importância da liberdade de cátedra, de pensamento, nas escolas. Uma luta da sociedade - de muitos anos - contra o obscurantismo, contra o preconceito e o pensamento único. Apresentaremos, também, os resultados educacionais de escolas plurais, com pensamento diverso, e suas contribuições para a cidadania, para o desenvolvimento científico e econômico da Paraíba.
Não tenhamos medo de pensar e de debater!
*Felipe Baunilha - professor de Biologia e Secretário de Juventude do SINTEP-PB.

Edição: Cida Alves