Acontece na manhã desta sexta (27), um momento importante para a docência paraibana, uma audiência pública que está debatendo a liberdade de ensino nas salas de aulas. A iniciativa é da deputada estadual Estela Bezerra (PSB) e atende ao pedido de muitas professoras e professores que vêm enfrentando um verdadeiro ataque à liberdade de cátedra. A audiência aconteceria na Assembleia Legislativa da Paraíba mas foi transferida para o auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, na Rua Rodrigues de Aquino, no centro de João Pessoa.
O Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores em Educação do Estado da Paraíba solicitou esse momento em virtude dos ataques proferidos às escolas, professores e alunos da rede estadual. O mais recente, foi impetrado pelos vereadores de João Pessoa, Eliza Virgínia (PP) e Carlão (PROS), que foram até a Escola Estadual Cidadã Francisca Ascensão Cunha, em João Pessoa, para confrontar a gestão da instituição sobre um evento realizado na escola, no início de agosto, sobre a I Semana da Diversidade Humana. Os vereadores alegaram que pais de alunos os procuraram para denunciar que vem acontecendo uma doutrinação ideológica na escola, principalmente no que se refere à homossexualidade.
São questões como essas que estão sendo debatidas durante a audiência. “Estamos vivendo um recrudescimento político e social que favorece preconceitos e intolerâncias, e o ambiente escolar não está imune a esses reflexos”, disse Estela. “As liberdades de aprender e ensinar, tratando de temas os mais diversos, que se conectam à realidade das e dos estudantes paraibanos, têm sofrido ataques de forma direcionada e constante, e não há educação de qualidade sem liberdade para aprender”, finalizou.
Durante a audiência, o estudante Kevin relatou trechos da Patrulha ideológica realizada pela vereadora Eliza Virgínia (PP) e pelo deputado estadual Walber Virgulino (Patriota), na escola em que estuda, durante a Semana da Diversidade Humana. Na ocasião, Kevin dançava com outro colega. Os dois parlamentares usaram vídeos desse momento para acusar a escola de doutrinação ideológica. O estudante lembra que agora homofobia é considerada crime pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Vejam o vídeo do estudante na audiência:
A audiência, que começou por volta das 9h40 desta quinta (27), deve ser concluída no início da tarde.
Edição: Heloisa de Sousa