Nesta terça (01), logo mais às 15h acontece, na Assembleia Legislativa da Paraíba, a Audiência Pública para discutir as privatizações de empresas estatais previstas para acontecer no governo Bolsonaro (PSL). Várias categorias ameaçadas estão empenhadas em discutir sobre o tema, como o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-PB), o Sindicato dos Trabalhadores da CBTU (Sintefep), o Sindicato dos Trabalhadores da Dataprev (SindPB), assim como a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A iniciativa da audiência é dos deputados estaduais pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Cida Ramos e Jeová Campos.
“Precisamos traçar estratégias de enfrentamento às privatizações do governo Bolsonaro, que vem atingindo todas as áreas sociais e, em especial, os trabalhadores, os estudantes, os professores, as mulheres, as pessoas com deficiência e os que mais precisam. A audiência pública visa discutir sobre as consequências dessas privatizações na vida dos trabalhadores e os seus efeitos sobre a população. Precisamos deixar claro que as empresas que ele insiste em vender são viáveis e lucrativas, importantes para fortalecer o caixa do estado, cuja maior tarefa é atender o povo brasileiro, garantir direitos constitucionais e promover a integração nacional”, declarou Cida Ramos.
O governo do presidente Jair Bolsonaro anunciou um plano para privatizar nove empresas estatais federais – entre elas os Correios, Dataprev e CBTU – Cia Brasileira de Trens Urbanos. “Essas empresas têm viabilidade lucrativa e é isso que queremos discutir na audiência pública que eu e Cida vamos fazer nesta terça Vamos contar com a presença de diversas representatividades e isso será muito importante para termos uma noção do impacto negativo que essas desestatizações trarão ao povo”, ressaltou Jeová.
A receita de privatizações do governo não para por aí, o Projeto de Lei 3261/2019 que apresenta um “Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico do País” é uma outra iniciativa de privatizar um serviço básico oferecido à população. “Isso encarecerá a água, que é um bem imprescindível à vida”, disse Jeová, defendendo que a Cagepa aqui na Paraíba, que é uma Companhia superavitária. “Não sei qual o interesse de privatizar uma empresa que dá lucro e presta um bom serviço”, questionou, levando também o debate para outras privatizações anunciadas em agosto pelo governo federal.
“As estatais que estão na mira das privatizações são vitais para a economia, a soberania e a segurança da nação. O governo Bolsonaro quer convencer os brasileiros de que vender estatais é bom para o país e para a retomada do crescimento econômico. Esse governo que está posto tem uma forte gana em promover mudanças que favorecem os empresários e ampliam a concentração de riquezas num país que já é um dos mais desiguais do planeta. É mais uma iniciativa desastrosa para o Brasil”, destacou Cida Ramos.
Para Tony Sérgio R. Cavalcante, da diretoria do Sindicato dos Correios, o governo está entregando o país aos norte-americanos. “A base de Alcântara, está com os americanos, a NASA controla, a Embraer com a Boeing, americana também. O nióbio, elemento químico estratégico para foguetes, está sob o controle americano. Esse governo baixou as calças aos americanos”, declarou Tony.
A viabilidade do plano de privatizações ainda depende de Análise do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de aprovação no Congresso. A audiência tem por objetivo traçar um planejamento para enfrentar a perda da soberania nacional, caso às privatizações se consolidem e debater os perigos da entrega das empresas estatais para a iniciativa privada e estrangeira.
Edição: Heloisa de Sousa