Paraíba

GREVE DA EDUCAÇÃO

Atos unificados são realizados na Paraíba neste dia 3

Paralisação de 48 h foi convocada por entidades de estudantes, professores e servidores públicos da educação

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
A criação de escolas cívico-militares em estados e municípios, lançado no último dia 5 de setembro, também é um dos alvos das mobilizações.
A criação de escolas cívico-militares em estados e municípios, lançado no último dia 5 de setembro, também é um dos alvos das mobilizações. - Vangli Figueiredo

Desde que o governo Bolsonaro (PSL) assumiu a presidência da República, que os setores da educação estão travando uma verdadeira e longa batalha em defesa da Educação Brasileira. São tantos problemas enfrentados que as entidades representativas de estudantes, professores e servidores de instituições de ensino públicos estão em processo de greve por 48 horas. Essa foi a proposta das entidades para denunciar os cortes e as medidas restritivas de patrulha ideológica e demérito da classe dos trabalhadores da educação e estudantes. A greve geral da Educação foi convocada pela União dos Estudantes (UNE), iniciada dia 2 de outubro e prosseguindo até esta quinta (3).

Ato Unificado em João Pessoa

Na Paraíba, as entidades representativas definiram como dia de luta unitária, o dia 3 de outubro. No entanto, os servidores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) paralisaram suas atividades nesta quarta (2).

No dia 1 de outubro, foi realizada uma reunião entre a Associação de Docentes da UFPB, o Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba (SINTEFPB) e o movimento estudantil, onde foi construído um calendário conjunto de atividades durante a paralisação.

“Aqui na Paraíba, João Pessoa, Campina Grande, Patos e outras cidades estamos com várias atividades para dialogar com o povo os motivos de estarmos indo às ruas. Por que participar da Greve Nacional? Para lutar contra os cortes da educação do Governo Bolsonaro, contra o FUTURE-SE, por autonomia universitária e também contra as privatizações e em defesa da nossa soberania”, explica Ciro Caleb, que representa a Une na Paraíba.

Foi decidido que nesta quinta (3) serão ocupados, a partir das 15h, nove pontos da cidade – CBTU, Rodoviária, Mercado de Mangabeira, Mercado da Torre, Mercado Central, Lagoa, Praça da Paz, Busto de Tamandaré e Geisel - onde serão feitas panfletagens, falas e apresentações de teatro de rua, sensibilizando para a necessidade de defender à educação.

Além dessa atividade, será realizada uma aula pública, a partir das 15h, no Parque Solon de Lucena (Lagoa).

Escolas Estaduais da Paraíba

Já o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação da Paraíba (Sintep-PB) realizou, durante o dia 2 de outubro, atividades de mobilização e debates nas escolas. E nesta quinta (3), as escolas do governo estadual estão de portas fechadas, pois a categoria de professoras, professores e funcionários vão realizar, logo mais às 14h na sede do Sintep, um debate sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e depois seguem em caminhada até o Palácio do Governo da Paraíba para cobrar do governo estadual, que envie à Assembleia Legislativa, o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações da classe. O SINTEP-PB defende também a revisão e a unificação do PCCR dos profissionais da Educação com a incorporação das bolsas aos vencimentos, bem como a inclusão dos trabalhadores de apoio, que hoje não possuem plano de carreira.

Outras cidades

Greve Geral da Educação tem forte adesão em Patos (PB)

Diversas entidades sindicais, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), estudantis, comunitárias, estiveram na mobilização contra os cortes de verbas e privatização na educação básica e superior. Em Patos, a União Brasileira de Mulheres (UBM), o Movimento Olga Benário, o Movimento Mulher Mais Poder sem Violência aproveitaram o momento e fizeram um ato em frente à Prefeitura contra a fumaça tóxica do lixão de Patos. O Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Patos e Região (SINFEMP) fez também o seu protesto contra o atraso de pagamento dos servidores de Patos.

Em Campina Grande (PB)

Na quarta (2) foram feitas mobilizações convidando para o ato unificado que será realizado nesta quinta (3), às 15h, na Praça da Bandeira.

Bandeiras de Luta – Entenda a Greve da Educação de 48 horas

Entre as bandeiras estão a reversão do corte de 11.800 bolsas de pesquisa da CAPES e do CNPq e do contingenciamento de R$ 6,9 bi no orçamento das instituições federais de ensino (IFEs). Na segunda-feira (30), o governo informou que, do total bloqueado de universidades e institutos, R$ 1,1 bilhão deve ser liberado.

A intervenção do governo federal em processos eleitorais internos das universidades, a extinção do documento nacional estudantil - principal fonte de renda das entidades representativas - e a liberdade de manifestação dentro das instituições também entraram na pauta.  O programa do governo que incentiva a criação de escolas cívico-militares em estados e municípios, lançado no último dia 5 de setembro, também é um dos alvos das mobilizações.

Por último, os manifestantes lutam para derrubar o Projeto Future-se, que prevê a atuação de Organizações Sociais (OSs) na administração e no financiamento das universidades públicas. Até o momento, das 63 instituições federais de ensino no Brasil, 23 declararam publicamente a rejeição ao projeto.

Edição: Heloisa de Sousa