Mais uma vez, como de praxe, a população de João Pessoa, foi surpreendida com o aumento da passagem de ônibus logo no início do ano. Estudantes e movimentos sociais afirmam que as empresas aproveitam as férias estudantis e o esvaziamento da cidade para que o monopólio do transporte coletivo, em conluio com a Prefeitura Municipal, lancem aumento abusivo no preço da tarifa.
A passagem de ônibus na capital teve um aumento de R$ 0,20 na na sexta-feira (24). A tarifa subiu de R$ 3,80 para R$ 4,00 para pagamento com o "Passe Legal"; e a tarifa para quem faz o pagamento em dinheiro, que era de R$ 3,95 passou para R$ 4,15.
Nesta quinta-feira (30), estudantes de várias organizações, partidos políticos, representações sindicais e movimentos sociais (Levante, UJS e JSB, UNE, UBES, além de partidos - PSTU e PSOL - e organizadores das batalhas de MC’s na capital) estiveram presentes no Parque Solon de Lucena para protestar contra o aumento da tarifa. Fazendo uso de cartazes e palavras de ordem, iniciaram a concentração por volta das 7h da manhã, com panfletagem, e logo depois, fecharam a via de entrada dos ônibus no anel viário. Em seguida, foram rumo à Integração e bloquearam a saída dos ônibus por um período.
Não houve abertura de diálogo com a prefeitura, porém, desde a segunda-feira existe uma comissão em diálogo com a SEMOB.
Segundo Ciro Caleb (UNE), a atividade de hoje teve uma função muito mais de agitação, conversas e sensibilização da população, mas que uma série de outras ações estão sendo planejadas, principalmente reuniões permanentes.
“João Pessoa é, hoje, a capital com a tarifa mais cara em todo nordeste, e por isso que nós estudantes, trabalhadores e trabalhadoras, não podemos ficar calados diante desse abuso. Então foi organizada uma mobilização para pedirmos a revogação do aumento do preço da tarifa, além de melhores condições no transporte público, melhor estrutura nos ônibus e exigir uma maior participação do movimento estudantil e da classe trabalhadora nas decisões do próprio Conselho de Mobilidade Urbana da capital, que é hegemonizado pelas empresas de ônibus e órgãos da Prefeitura”.
Segundo Ciro, o Conselho é somente consultivo mas acaba deliberando pelo aumento abusivo da passagem. As empresas e órgãos responsáveis pela mobilidade urbana responsabilizam os estudantes que pagam meia passagem, os idosos e pessoas com deficiência que recebem gratuidade pelo aumento da tarifa, além dos aplicativos de transporte pelo aumento da tarifa. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP) disse que na capital houve uma queda de 32% no número de passageiros no comparativo de 2013 para 2019, e isso também teria influência no preço final da passagem.
“Estão responsabilizando as pessoas que, por direito, utilizam o transporte público com a gratuidade, pelo aumento da tarifa, e isso é um completo absurdo”, conclui o estudante.
Edição: Redação BdF