Paraíba

JUSTIÇA PARA ALPH

Estudantes vão ao Consuni da UFPB exigir posicionamento da Reitoria

Muitos estudantes não querem falar e nem se identificar porque há um clima de medo dentro da Universidade.

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Reprodução - Foto

Uma comissão de estudantes ocupou o Consuni (Conselho Universitário) da UFPB para acompanhar a mobilização no caso do assassinato do estudante de Filosofia Clayton Tomaz de Souza, de 31 anos, cujo corpo foi encontrado no dia 8 de fevereiro, às margens de uma estrada em Gramame, na Zona Sul de João Pessoa. 

O Consuni havia sido chamado em caráter de urgência pela Reitoria na semana passada para discutir assuntos inerentes à instituição. No entanto, pela gravidade e urgência de providências, e pelo fato de a Reitoria ainda não ter se pronunciado, a reunião foi direcionada a discutir o caso do assassinato do estudante Alph Tomaz.

Os conselheiros, professores, servidores e técnicos administrativos fizeram falas e pediram para que a Universidade se colocasse à disposição para as investigações, e para que fosse revista a política de segurança interna da UFPB. Os conselheiros também cederam falas para os estudantes.

Deliberações

Como deliberação foi criada uma Comissão oficial para o acompanhamento das investigações composta por professores, servidores e técnicos administrativos, e também uma Audiência Pública que será realizada no dia 04/03 nos horários da 09h30 e 19h, ambas no Centro de Vivências da UFPB a fim de discutir a minuta do Plano de Segurança Institucional da UFPB.

“Isto é algo que gerou bastante discussão, inclusive o próprio Alph sempre estava colocando que as coisas não estavam sendo da forma que eram pra ser feitas, e a própria Reitoria acabou se eximindo deste papel de acompanhar essa discussão da política de segurança, e delegou à uma única pessoa, que foi Vice-Reitora, que acabou concentrando todas essas demandas e não conseguiu dar conta. É tanto que saíram várias versões dessa política de segurança e nada foi de fato efetivado”, conta Ciro Caleb, representante dos estudantes na Comissão.

O boletim que passou a circular nas redes sociais acerca da reunião extraordinária do Consuni, salientou que a Reitora foi questionada por um dos conselheiros a respeito das denúncias de abusos por parte da segurança privada na UFPB, e alegou que a ouvidoria estava reunida com a chefia de gabinete da Reitoria para discutir as denúncias no momento da reunião. Em seguida, a Reitora foi novamente questionada por uma estudante e confirmou a existência das denúncias. 

Ainda hoje à tarde, a Reitoria emitiu uma nota oficial colocando-se à disposição das autoridades para elucidação do caso e declarando luto oficial. O CCHLA, centro do qual o Alph fazia parte, também emitiu nota de consternação.

“Agora a gente vai tentar, enquanto comissão, fazer esse acompanhamento porque não nos cabe investigar. E não estamos procurando culpados, nem eleger nomes nesse momento, inclusive que acabe virando contra nós mesmos”, afirma Ciro. 

Ele conta que uma Assembleia dos Estudantes foi marcada para o dia 02 de março, no período da manhã e da tarde, organizada pela Comissão de Estudantes, centros e diretórios acadêmicos. 

Sobre os estudantes que sofreram abusos  por parte da segurança interna da UFPB, Ciro afirma que muitos deles não querem falar e nem se identificar porque há um clima de medo dentro da Universidade. “Os estudantes estão procurando por respostas e não vão se calar. 





 

Edição: Heloisa de Sousa