O Sindicato dos Bancários emitiu uma Nota Pública sobre as medidas de proteção implementadas durante a pandemia. O texto aborda as ações na Paraíba, e faz denúncias sobre os problemas enfrentados pela categoria como, por exemplo, a necessidade dos atendimento nas agências em casos essenciais. Denuncia, ainda, a farsa dos bancos que descomissionam e demitiram trabalhadores em plena pandemia, e reforça a solicitação para o Governo do Estado decretar medidas consistentes no sentido de evitar o contágio.
Expõe, também, a Medida Provisória 927 do governo federal, batizada de MP da Morte, e fortalece a soberania das empresas públicas mediante a ameaça de sucateamento e privatização das estatais.
Acompanhe a nota pública abaixo.
NOTA PÚBLICA
Sindicato reforça a luta pela preservação da saúde e da vida de bancários, clientes e usuários contra a Covid-19
Tão logo foram notificados os primeiros casos de contágio no Brasil e decretada a pandemia do novo coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba arregaçou as mangas na luta contra o contágio em massa pela COVID-19.
Participamos ativamente das reuniões do Comando Nacional dos Bancários, fortalecendo as negociações com os bancos em busca de soluções para a categoria profissional trabalhar com segurança durante a crise, uma vez que bancárias e bancários teriam que prestar atendimento nas agências para os casos essenciais que não pudessem ser atendidos pelos canais alternativos, como caixas eletrônicos, Internet e celular.
Ante a frieza dos bancos que descomissionaram e demitiram em plena pandemia, acionamos a Justiça do Trabalho para reverter esse absurdo cometido contra aqueles que se desdobram para aumentar seus lucros. Extrapolamos as questões específicas da categoria e instigamos o Governo do Estado da Paraíba a decretar medidas de contenção para evitar o contágio em massa pelo terrível vírus, que culminou com edição do Decreto nº 40.141, de 26/03/2020, limitando o atendimento nas agências bancárias e casas lotéricas aos casos especiais.
Quando o governo federal lançou a Medida Provisória 927, que logo foi batizada de MP da Morte, a diretoria do Sindicato se desdobrou para intensificar a luta em defesa dos já combalidos direito trabalhistas, uma vez que essa medida provisória dava duas opções ao trabalhador: morrer de fome ou pela COVID-19. Nesse ínterim, o Congresso aprovou o Auxílio Emergencial que, mesmo sem ter sido sancionado pelo governo federal, motivou as pessoas a buscar atendimento nas agências. Recebidas as primeiras denúncias, a diretoria do Sindicato deliberou pela contratação de carros de som para percorrer a região metropolitana alertando a população para evitar aglomerações e o aumento do contágio.
Finalmente, foi liberado o Auxílio Emergencial. Para preservar bancárias, bancários, clientes e beneficiários do “Coronavaucher”, como foi apelidado o auxílio, o Sindicato dos Bancários solicitou da Secretaria de Saúde de João Pessoa que vacinasse contra a Gripe H1N1 os bancários convocados para pagar o auxílio, pediu a presença da Polícia Militar da Paraíba e de agentes das Guardas Municipais de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo e Santa Rita no apoio ao disciplinamento das filas com distanciamento capaz de evitar a formação de aglomerações e o contágio pela COVID-19, bem como resguardar a integridade física de todos.
Nós representamos uma categoria profissional formada por bancárias e bancários. São homens e mulheres que, assim como você, percebem a importância das empresas públicas, inclusive os bancos oficiais e o SUS, fundamentais nesse momento de esforço conjunto para proteger os que ficaram sem renda e os que precisam de cuidados médicos por conta da pandemia do Coronavírus. Nossos representados, muitas vezes são agredidos verbal e até fisicamente por clientes e usuários de serviços bancários que descarregam sua ira em quem está tentando lhes atender, quando se estressam nas longas filas formadas pela falta de funcionários. Nós também somos vítimas da COVID-19, da ganância, da arrogância, da prepotência e da mesquinhez dos banqueiros, que querem o trabalho aos sábados, domingos e feriados, aumentando nossa jornada de seis para oito horas diárias. Na hora que você sentir vontade de esganar o dono de um banco, lembre-se que à sua frente está uma pessoa igual a você, vítima do sistema financeiro e sujeita ao contágio pela COVID-19.
Estamos cientes do peso de nossa responsabilidade em dar o melhor para preservar a saúde e a vida dos nossos representados e da sociedade em geral. Se puder, fique em casa, pois o isolamento social é a melhor estratégia para evitar o contágio em massa e salvar vidas. Seja consciente e colabore espontaneamente. Caso contrário, o poder executivo estadual poderá acionar o Exército para ajudar a população no distanciamento em filas de bancos e casas lotéricas na Paraíba.
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DA PARAÍBA
Edição: Heloisa de Sousa