Paraíba

Música

Cida Alves lança seu primeiro disco nesta sexta-feira, dia 01 de maio

Tectônica é o nome do álbum que estará disponível em todas as plataformas digitais, a partir das 18h

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Divulgação - Card

O disco Tectônica, primeiro álbum da cantora e compositora Cida Alves será lançado nesta sexta-feira, 01/05, às 18h em todas as plataformas digitais: Deezer, Spotify e Youtube. Para o lançamento, a cantora fará uma Live no seu Instagram cantando algumas canções e conversando sobre o disco. O CD físico só entrará em circulação após a pandemia.


Capa do disco Tectônica / Arte: Sílvio Sá

Muita expectativa
O disco Tectônica é a realização de um sonho que se concretiza nesta sexta-feira, 01, mas que faz parte de um processo mais antigo, iniciado com a aprovação de recursos no Fundo de Incentivo à Cultura - Augusto dos Anjos na Paraíba (2014) - o recurso financeiro só veio sair três anos depois, resultando na modificação do projeto inicial, porém preservando a mesma equipe: Thyego Lopes, Jader Finamori e Lucas Dan na produção e direção musical, arranjos e execuções. Gravado no Estúdio Gota Sonora entre 2018 e 2019, o disco, que tem nove músicas, é uma obra feita coletivamente com participação dos músicos Chico Limeira, Vitor Ramalho e Beto Preá, e a finalização de Renato Oliveira. 
A capa é uma arte feita por Sílvio Sá que remete ao vasto fabulário da vida de Cida Alves, uma miscelâneas das coisas que a compositora ama e convive: a luta das mulheres, a sensualidade latente, a música de contestação, a música da Paraíba, o jornalismo (outra paixão), os clássicos, o jazz, blues, reggae, a cultura queer-lgbt, e muito mais. 
 


Divulgação / Card


A maioria das canções presentes são composições autorais de Cida Alves, mas também há canções com parcerias e músicas de autoria de Marcello Piancó e Thyego Lopes, além da música de abertura, Divina Queda de Adeildo Vieira:
Divina queda (Adeildo Vieira), Acostamento (Cida Alves),Gogóia (Cida Alves), Sete Nós (Cida Alves/Thyego Lopes), Sílvia (Marcello Piancó/Thyego Lopes), Tamborim (Cida Alves/Thyego Lopes), Tectônica (Marcello Piancó/Thyego Lopes), Usina de Melodia (Cida Alves), Veludo Violeta (Cida Alves/Thyego Lopes).
O disco, basicamente, fala sobre sensações, especialmente numa ótica feminina: o autoconhecimento do corpo da mulher que sabe voar no arranha-céu das emoções, navegar sob as águas profundas da intuição, desfrutar dos ensejos de frio, calor, calafrio, odor, na barca colossal dos desejos, as composições falam de prazer e auto amor, da libido (“Eu sei namorar em braile/bote a mão em mim/analfabeto pode ler...”) e a libertação da mente e do corpo como primordiais para uma vida de felicidade, que forjam seres humanos plenos de autonomia e liberdade. 
“O disco é uma tela pincelada com os dedos de rosa nas várias nuances do prazer. Estas, são, no entanto, temáticas que provocam os cães selvagens do tabu e do policiamento na sociedade conservadora. Porém, de necessidade premente na roda das discussões, nas famílias, escolas, praças, mesa de bar. Este é o motivo de Tectônica!”, conta ela.


Bastidores de gravação / Vilma Leite

-Um pouco da sua história
Cida Alves é cantora, compositora e violonista. Nasceu na Bahia, mas veio muito jovem para João Pessoa, onde naturalizou-se paraibana. Canta e toca violão desde os dez anos de idade, e há cerca de dez anos vem compondo suas próprias canções, num passeio sonoro por temáticas que fogem do lugar comum, do amor convencional, burguês e cíclico contínuo na música popular brasileira. Seus temas são da natureza, da ousadia contemporânea feminina, e as ondas magnéticas do corpo erótico e da política – o corpo político. 


Bastidores de gravação - Jader Finamore (Produtor) -  Foto: Vilma Leite


As brasas das sexualidades, o vai-e-vem da rede – uma música sua chamada Usina de Melodia ilustra bem isso - pigmentam um cenário melódico, estético e sensual, e descrevem, rusticamente, seu estilo de composição. Foi finalista no Festival de Música da Paraíba (2018) com a música Tectônica. Artista engajada, presente, incentivadora, debatedora e fomentadora da cena pessoense musical, Cida tem um repertório cuidadoso e muito eclético. 
A essência do seu trabalho é a exploração das músicas como instrumento cirúrgico sobre as emoções. Ela gosta de aproveitar todo o potencial cênico que as músicas podem oferecer, com paixão e força feminina. A emoção de cada música, de cada letra, é cuidadosamente trabalhada, pois ela tem essa característica particular, e que, no entanto, foi lapidada a seu modo, mas também, escutando grandes cantoras como Elis Regina, Billie Holiday e Janis Joplin. 


Bastidores de gravação / Vilma Leite


Outra característica marcante é a roupagem renovada e única que dá às suas interpretações, explorando com a voz toda a subjetividade e poesia das Música apresentadas. Com uma voz aguda e afinada, Cida Alves tem o dom de intérprete, característica que desenvolveu nos palcos e foi aperfeiçoada pelos dois anos de aula de canto lírico que fez em João Pessoa. 
Suas composições vão desde boleros ao Rock’n Roll, do samba ao baião. “É o momento em que posso contar a ‘minha verdade’ para o mundo”, diz ela. “O processo criativo flui, não apenas na reinterpretação das músicas de outros artistas, mas também ao compor e apresentar minhas próprias canções, sendo original e criativa”, diz ela. De 2008 a 2010 Cida morou em Portugal e França, onde se apresentou em várias casas e bares. Ao retornar à Paraíba continuou atuando na música, fazendo participações em show locais. 


Festival de Música da Paraíba 2018 / Foto: Funesc


-Música atuante na cena 
Cida Alves tem o propósito de divulgar e disseminar as canções de uma nova MPB, galgada nas lutas femininas e LGBT+, novos comportamentos sobre a vida, o amor e a sexualidade. “A promoção e divulgação de novos artistas é primordial para uma cultura viva, democrática e pulsante como a cultura brasileira. Uma nova corrente filosófica, um novo modus de existir, vem se consolidando com a ocupação das mulheres nos espaços públicos e nas artes”, reflete ela. 


Bastidores de gravação / Vilma Leite


A cantora e compositora Cida Alves é uma mulher engajada e consciente das lutas femininas, e vê a necessidade, a ânsia popular e o feedback do público quanto à presença robusta das mulheres no fazer artístico. Uma compositora é um agente ativo no processo cultural, na trilha da transformação de paradigmas, das mentes e corações, ao representar as mulheres no palco.

Edição: Heloisa de Sousa