O Coletivo Pachamamá lançou programação online com uma série de debates sobre maternidade, ou maternância, como o Coletivo gosta de destacar. Com a vigência da pandemia, os debates serão realizados através das redes sociais e não nas comunidades, como almejado pelo grupo.
“Esse ano não poderemos ocupar os espaços e estar dentro das comunidades, como gostaríamos, então a nossa arena de luta será a internet, com uma agenda pensada para todo o mês de maio”, relata Carolina Porto, que é zootecnista e produtora cultural do Coletivo Pachamamá.
Segundo ela, a ação tem como objetivo desromantizar o Dia das Mães e deixar acesas as reflexões sobre a militância materna, a maternância. Durante a quarentena nota-se uma pressão ampliada sobre as mães dentro dos lares porque, além da produtividade do trabalho em tempos de pandemia, elas têm que lidar com as crianças o tempo todo em casa.
A programação conta também com uma Live sobre as mães pretas e resistência: “Maternância preta - resistência e fortalecimento das mães pretas em tempos de pandemia”. O debate terá como foco o fortalecimento de mães pretas, mas também a desconstrução do 13 de Maio, já que este não é dia de negro, e o que as mães pretas vêm sofrendo ao longo de séculos no país”.
A agenda ainda trará temas sobre direitos das mães e crianças no contexto atual, saúde mental das mães e a militância materna, mães e diversidade de raça, classe, sexualidade e território, ampliando as reflexões e debates acerca das identidades maternas possíveis.
“Infelizmente essas reflexões não chegarão ao máximo de mães que gostaríamos caso estivéssemos dentro das comunidades, porque nesse contexto de desigualdade social, sabemos que as que mais sofrem, as que são mais atingidas, são as mulheres mães. E a maior parte ainda não dispõe de internet, ou de um aparelho celular que possibilite estar transitando nesse espaço cibernético", enfatiza Carolina.
Além dos debates online, o Coletivo Pachamamá também estará arrecadando alimentos, fraldas, brinquedos e roupas durante todo o mês de maio para entregar às mães em situação de vulnerabilidade social. A programação também está disponível nas redes sociais do Coletivo, no Instagram e Facebook.
Edição: Heloisa de Sousa