Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) decidiu, nesta segunda-feira (18), ofertar componentes curriculares e extracurriculares em atividades de ensino e de aprendizagem remotas nesta quarentena.
A medida vale para calouros e veteranos de cursos de graduação nos quatro campi. As matrículas serão de 1º a 3 de junho, pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). A carga horária cursada contará para integralização do curso.
A pró-reitora de graduação, professora Ariane Sá, lembra que a matrícula é opcional e, quem decidir se matricular, poderá trancar a atividade até o limite de 50% do curso ofertado. A frequência mínima será de 75% da carga horária de cada curso. “Do mesmo modo que ocorre nas disciplinas presenciais”, reforça a gestora.
As atividades não serão obrigatórias para todos os docentes e discentes e acontecerão entre os dias 8 de junho e 14 de agosto deste ano. Ainda não há previsão de início do semestre letivo 2020.1 para os cursos de graduação, sejam eles na modalidade presencial ou de ensino a distância (EaD). A colação de grau de concluintes está prevista para o período de 17 a 28 de agosto.
De acordo com a reitora da UFPB, professora Margareth Diniz, a instituição está monitorando os discentes da graduação para verificar as demandas deles em relação ao ensino e à aprendizagem remotamente e, caso seja necessário, irá disponibilizar suportes e meios para que possam realizar as atividades de modo não presencial.
A pró-reitora Ariane Sá destaca ainda que serão ofertadas capacitações para os discentes antes do início e durante a execução do calendário suplementar. “Em breve será divulgado um calendário de oferta de capacitações para discentes e docentes”, adverte a gestora.
Entre as plataformas digitais a serem utilizadas, estão a turma virtual do Sigaa e o Moodle classes da UFPB. Mas também poderão ser utilizados, por exemplo, Google classroom, Canvas, mídias sociais, Whatsapp, Facebook e Instagram, desde que o docente se responsabilize pelo cadastro dos discentes e por alimentar os dados no Sigaa.
Outro lado da decisão: os estudantes
Para Ciro Caleb, do Centro Acadêmico de História Quebra-Quilos, a decisão do Consepe preocupa. "A decisão desconsidera o corpo estudantil que não possui acesso à internet ou mesmo enfrenta questões sociais, familiares, econômicas e psicológicas atípicas frente ao cenário de pandemia. Além disso, os dados expostos pela UFPB, acerca da viabilidade e inclusão dessas atividades remotas de caráter emergencial, não inclui o todo da comunidade estudantil, frente à impossibilidade de responder aos questionamentos feitos pela PRG.
Para Ciro, os Centros e Diretórios Acadêmicos da UFPB vão permanecer ao lado das 38 universidades brasileiras que optaram pela não continuidade de semestres emergenciais excludentes e que ameaçam o ensino superior público, de qualidade e socialmente referenciado.
O representante estudantil dispara: "Queremos ensino, mas sem gambiarra!".
Calendário Suplementar
Durante a execução do calendário suplementar, serão realizadas pesquisas com os usuários do sistema - docentes, discentes e gestores - para identificar o índice de satisfação e obter subsídios, tanto para aproveitar as experiências acumuladas nos períodos letivos presenciais pós-pandemia, quanto para propor um período regular, caso não haja possibilidade de retorno até o final do ano.
Os calendários acadêmicos do período letivo de 2020.1, para cursos presenciais de graduação dos quatro campi da instituição, foram suspensos em reunião extraordinária do conselho em 20 de abril.
Dos 14.104 estudantes que participaram de consulta da Pró-Reitoria de Graduação (PRG) sobre atividades remotas, 83% têm acesso a computador ou notebook e 90% à internet de banda larga. Segundo o levantamento, 76% disseram que participariam das atividades e 70% declararam ter condições adequadas para aprendizagem remota. A pesquisa foi disponibilizada para 28.578 estudantes com matrícula ativa na UFPB.
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Reportagem: Aline Lins e Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB
Edição: Heloisa de Sousa