O coletivo Cabedelo Forte começou com sete integrantes, que perceberam a situação difícil que muitas famílias de Cabedelo estavam passando por causa da pandemia e do isolamento social, e resolveram partir para a ação. "Diante do atual cenário de crise política e sanitária, e, tendo em vista a insuficiência das ações dos governos em atender e subsidiar financeiramente a população, para que ela possa ficar em casa, atendendo às orientações da comunidade científica, da OMS  e do Ministério da Saúde e suavizando a curva de contágio do vírus,  entendemos por bem focar nossa atuação no âmbito da solidariedade para que nossas vidas sejam preservadas", explicou a microempresária Andréa Miranda, uma das componentes do Coletivo Cabedelo Forte.

Grupo Coletivo Cabedelo Forte começou com 7 integrantes / Reprodução

A luta do grupo cresceu, agora eles tem 26 integrantes e já realizaram diversas ações de distribuição de alimentos em áreas precárias do município de Cabedelo, distribuindo cerca de 300 cestas básicas em quatro comunidades. Apesar de Cabedelo ter o terceiro maior Produto Interno Bruto do estado da Paraíba, isso é pouco revertido para o povo da cidade e esta também é uma das razões de existência do grupo. "Somos um coletivo político e social de empoderamento das classes sociais desfavorecidas. 
Buscamos organizar a luta social e conquistar mandatos populares que representem efetivamente as demandas das comunidades, da classe trabalhadora e das minorias. Sendo a  solidariedade um princípio revolucionário que guia a nossa luta e a nossa aproximação com as comunidades, contamos com a adesão de cada morador e moradora da nossa cidade, porque sabemos que juntos somos mais fortes e que só a luta unificada do Povo poderá levar às transformações necessárias para a construção de uma Cabedelo justa para todos e todas que nela vivem!", afirmou Andréa.

Campanha Geladeira solidária funcionou bem e conseguiu adesão da população em torno da solidariedade aos que mais precisam. / Reprodução

O lema da campanha Geladeira Solidária é: "Doe se puder, leve se precisar"! Ela foi instalada no bairro de Camalaú, na rua de acesso à Balsa que sai de Cabedeleo em direção à Lucena, e foi uma forma de proteger quem doa e quem precisa, evitando o contato social nesses tempos de pandemia do novo coronavírus. A geladeira solidária é abastecida pelo próprio grupo Cabedelo Forte e pela população em geral que pode e queira doar. A orientação é de que quem precise pegue, no máximo, três itens para que todos possam ser beneficiados, que os alimentos doados não sejam perecíveis e que estejam dentro do prazo de validade. Quem quiser doar alimentos pode entrar em contato com o grupo pelo @coletivocabedeloforte.

Grupo Coletivo Cabedelo Forte organizando as doações para as famílias que precisam. Renálide Carvalho (à esquerda). / Reprodução

Para Renálide Carvalho a experiência de participar da campanha de solidariedade do Coletivo Cabedelo Forte é super enriquecedora: "tanto pelo aprendizado de estar em contato com as comunidades que vivem sob condições precárias, pois essas pessoas, tão necessitadas do básico, sempre nos dão aulas sobre humanidade, como também enriquecedor no sentido da minha experiencia pessoal enquanto militante para o entendimento de que a luta deve cada vez mais se voltar para as bases, para a construção de uma revolução solidária, que atente para as necessidades dos mais pobres e escute suas demandas".

Edição: Heloisa de Sousa