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Entrega de cestas na comunidade do Timbó - Reprodução
A solidariedade é, e sempre foi sinônimo de resistência

“O arroz e o feijão
alegam não ter nada a ver com isso.
Quem se importa?
No vazio do garfo e da faca,
o tempero da revolta.”
sergio vaz

A violência dos jovens impressiona, vira notícia, manchete, primeira página. Adolescente é preso assaltando com arma na mão, é a notícia que eles adoram. Mesmo que as pesquisas apontem que a maioria dos crimes violentos não são cometidos por crianças ou adolescentes.

Jovens negros e de periferia são alvos fáceis desse tipo de manchete, que só visam mais uma vez vender a carne negra como a mais barata do mercado.


Sabe o que não impressiona e nem sempre vira notícia? A solidariedade e a capacidade dos jovens no seu potencial de transformar as coisas. Essa não parece que dá audiência. Pois bem, em tempos de pandemia da Covid-19, milhares de jovens no Brasil inteiro tem saído de suas casas para contribuir com diversas comunidades e famílias vulneráveis. Jovens da periferia, homens e mulheres, estudantes ou não, trabalhadores e desempregados, vem somando forças para combater a fome, que novamente assola a nossa tão desigual e sofrida população. Muito se fala que o brasileiro é um povo pacífico e passivo, mas não é.

A história do povo brasileiro é uma história de luta e de resistência, e nesse quadro de pandemia e catástrofe, cada vez mais fica claro que pacífico só o oceano e passivo só na hora de receber carinho. A solidariedade é, e sempre foi sinônimo de resistência, pois se dispor a sair de casa, mesmo diante deste cenário, necessita de muita força de vontade de querer ver bem o próximo. 


Das universidades aos bairros, dos bairros às escolas, do campo para a cidade, e assim foi sendo formada uma enorme rede de apoio, que só quer que nossa juventude e periferia continue viva. Mas por que falar tanto nos jovens? Será que só os jovens estão lutando contra esse difícil momento que vivemos? Com certeza não, mas somos nós que estamos em maior número nas ruas desse enorme gueto chamado Brasil.


E surgiu tanta gente querendo ajudar nesse período. Gente que nunca nem se juntou pra empurrar um carro quebrado, queria ajudar a carregar uma cesta básica e passar informações. Vieram tantos e de tantas realidades, que essa luta só cresce. Os que estavam em movimento, aceleraram, e os que estavam parados, saíram do lugar. Se o campo não planta a cidade não janta, isso me parece que ficou bem claro.

Diante disso tudo, acho que fica uma lição, juntos somos muito mais fortes. 
Pátria livre, venceremos! 

Edição: Heloisa de Sousa