O programa Alimentando com Afeto, produzido pelo Movimento dos Trabalhadores por Direitos, juntamente com o Jornal Brasil de Fato PB e o MST, lança neste sábado (04) o projeto Cozinhas Comunitárias através de live transmitida pela página Instagram Brasil de Fato Paraíba.
O evento terá início às 17h30 com participação de Zefinha do MTD, Cida Alves do Jornal Brasil de Fato PB e um/a membro do MST. Bárbara Zen, coordenadora do projeto, conta como surgiu a ideia:
“O projeto surgiu a partir do webprograma Alimentando com Afeto que é veiculado pelo canal Brasil de Fato PB no youtube. São quatro mulheres que fazem receita com alimentos da reforma agrária tentando trazer esse debate da alimentação saudável, segurança alimentar, agroecologia e do reaproveitamento integral dos alimentos, e nós que formamos a Rede Periferia Viva pensamos em potencializar isso”, conta Bárbara.
Ao assistir os programas, as cozinheiras das comunidade começaram a fazer as receitas em casa: “A gente vê nisso uma forma de estar potencializando essa coisa de fazer as receitas e também de estar trabalhando a questão da fome na comunidade”, enfatiza ela.
São quatro comunidades atendidas pelo projeto: Comunidade Bola na Rede/Bairro dos Novais, Ocupação Costa do Sol/Costa do Sol, Raio da Morada/ Roger e Comunidade Thiago Nery/Mangabeira.
As cozinhas são espaços de comida coletiva dentro das comunidades. As cozinheiras já vêm há muito tempo servindo comida nas comunidades no formato de grupos que entregam sopão.
Adeilda da Silva, conhecida como Tia Boneca, da comunidade Thiago Neri, é uma prova disso: “Esse momento é importante, muito bom, porque é o que eu gosto, que eu amo fazer, ajudar a comunidade, dar comida às pessoas, e eu já faço um sopão aqui na sexta-feira com 200 litros de sopa, e com essa cozinha vai ficar melhor ainda para mim”, relata ela.
Maria Brasil, artista plástica e culinarista destaca o carinho do projeto: “O bonito do programa Alimentando com Afeto é que está parecido com uma mãe dando de mamar. Todas as pessoas dessa luta por direitos, dos seres humanos querem fazer alguma coisa para garantir o alimento de quem precisa comer. E no programa, há isto. Há amor, há afeto, há luta, há vontade, há direitos”, humaniza ela.
Um banco de alimentos, num projeto de doações direcionadas, leva para as cozinheiras os alimentos base que servirão para produzir as comidas. “Isso leva em conta as necessidades reais da comunidade, o que está faltando e o que realmente precisa, e sai daquele modelo de dar cesta pronta padrão”, explica Bárbara Zen.
Ela complementa dizendo que o fogão utilizado ainda é a lenha em algumas comunidades, mas em outras é fogão convencional.
“A nossa ideia é conseguir estrutura mesmo, com fogões industriais, e já recebemos muita doação de panelas e pratos que vai servir para estruturar esse espaço coletivo”.
Edição: Heloisa de Sousa