Nem a pandemia tira do povo brasileiro seu Grito pela independência do Brasil. Um grito contra a miséria, o preconceito e a repressão vai ecoar em todo o país nesta segunda-feira, dia 7 de setembro. Na Paraíba, a 26ª edição do Grito dos Excluídos não contará com as grandes manifestações de rua de anos anteriores, mas terá ações de solidariedade e atividades culturais e artísticas em comunidades da capital, além de um ato religioso pela vida dos que vivem encarcerados.
Participam da organização no Estado 22 entidades que representam movimentos sociais, religioso, sindicais, estudantis e políticos. Este ano, o lema do Grito é “Vida em primeiro lugar: Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos Trabalho, Terra, Teto e Participação!”. As ações realizadas ao longo do dia serão transmitidas pela internet, de forma simultânea, por uma rede de páginas de Facebook das entidades envolvidas.
O movimento levará atividades a cinco comunidades de João Pessoa: Timbó, nos Bancários, e Aratu, Thiago Nery, Costa do Sol e Sonho Verde, em Mangabeira. Na programação, estão previstas ações sociais, como construção de horta, revitalização de praça, doação de cestas básicas, distribuição de sopa e entrega de água sanitária.
Além disso, a agenda também inclui atividades culturais, como oficina de batucada, ciranda, apresentação do toré dos Tabajaras, pintura de um mural feminista, batalha de passinho, ciranda infantil e contação de história.
Está prevista, ainda, a realização de um ato religioso, às 14h, em frente à Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega (o presídio do Roger), em favor da recuperação dos apenados acometidos pela covid-19, com um “grito” pela dor dos familiares dos detentos e agentes penitenciários que morreram em decorrência do coronavírus.
Também no período da tarde, a partir das 16h, ocorrerá a mística de encerramento na Praça do Coqueiral, em Mangabeira, com uma retrospectiva do movimento, intervenções e falas, além de uma homenagem à ativista Paula Oliveira Adissi, que morreu em 5 de dezembro do ano passado.
Sobre o Grito
A proposta do Grito dos Excluídos surgiu em 1994, a partir da 2ª Semana Social Brasileira da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cujo tema era inspirado na Campanha da Fraternidade do ano seguinte, que tinha o lema “A fraternidade e os excluídos”. Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do Grito estão a de fazer um contraponto ao Grito da Independência.
Assim, em 1995 foi realizada a primeira edição do Grito dos Excluídos, com o lema “A vida em primeiro lugar”. O movimento ecoou em 170 localidades do país. A partir de 1996, o Grito foi assumido pela CNBB, que o aprovou em sua Assembleia Geral, como parte do Projeto Rumo ao Novo Milênio 56 nº 129 (PRNM).
A cada ano, ele se efetiva como uma imensa construção coletiva, antes, durante e após o 7 de Setembro. Mais do que uma articulação, o Grito é um processo, é uma manifestação popular carregada de simbolismo, que integra pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
PROGRAMAÇÃO
Manhã (a partir das 8h)
- Ações sociais e atividades culturais nas comunidades do Timbó, nos Bancários, e Aratu, Thiago Nery, Costa do Sol e Sonho Verde, em Mangabeira
Tarde
- Ato público em frente ao Presídio do Roger (14h)
- Encerramento na Praça do Coqueiral, em Mangabeira (16h)
Entidades da Paraíba que participam:
1. Mandato da deputada Cida Ramos
2. Mandato da deputada Estela
3. Levante Popular da Juventude
4. Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos
5. Marcha Mundial das Mulheres
6. Comissão Pastoral da Terra
7. Central Única dos Trabalhadores (CUT)
8. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
9. Associação Juventude em Ação (AJA)
10. PSB Municipal
11. Movimento do Espírito Lilás (MEL)
12. Rede de Educação Cidadã da Paraíba (RECID)
13. Cunhã Coletivo Feminista
14. Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB-PB)
14. Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafo da Paraíba (SINTECT-PB)
15. Juventude Socialista Brasileira (JSB PB)
16. Setor Social da Arquidiocese da Paraíba
17. ONG Menino Buchudo
18. Jornal Brasil de Fato
19. Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Maria Quitéria
20. Sindicato dos Professores da UFPB (ADUFPB)
21. Igrejas da Comunidade Metropolitana de Cabedelo
22. Movimento Popular Socialista (MPS/PB)
23. DS Paraíba do Sindifisco Nacional
Edição: Maria Franco