Paraíba

VIOLAÇÃO

Construtora do superintendente do Sistema Correio demole casa sem ordem judicial

Empresa viola direitos para construir um residencial na localidade

Brasil de Fato | João Pessoa - PB | |
O que restou da casa de Aline Maria - Divulgação

Uma casa de família, de propriedade de Aline Maria, foi demolida no último sábado (14) no bairro José Américo pela construtora JMS sem ordem judicial. A empresa é ligada a Alexandre Jubert, superintendente do Sistema Correio de Comunicação.

Aline Maria possui um terreno como posse cadastrada na prefeitura e construiu a casa há seis anos. Ela mora na residência com sua mãe e dois filhos menores. Conforme Boletim de Ocorrência, em outubro ela foi procurada pelo radialista do Sistema Correio, Emerson Machado, querendo comprar o terreno e a casa. Mas Aline não quis vender.


Foto de como era a casa de Aline no Google Maps / Google

Dias depois, Aline foi procurada por um senhor se dizendo dono do terreno, mas não apresentou nenhum documento que comprovasse a propriedade.

O radialista Emerson Machado passou a constranger e a ameaçar Aline para que ela pudesse sair do local. Outros proprietários da localidade já tinham vendido as residências para Alexandre Jubert.

Na sexta-feira (13), Aline foi aconselhada a dormir fora em virtude das ameaças que estava sofrendo. No sábado, por volta das 11h, ela foi surpreendida com um trator que derrubou a sua casa seguindo ordens de Jubert, que se colocava como dono do terreno. O trator é da construtora JMS, e o superintendente do Correio é um dos donos da construtora. Todos os móveis foram jogados fora.


Lona no local onde era a casa de Aline / Divulgação

Policiais do 5º Batalhão da PM que foram na localidade, a pedido da construtora, tentaram convencer que Aline estava errada com aquela propriedade. Um morador da área foi preso por desacato após questionar a ausência de mandado judicial por parte dos policiais.

A construtora avança também sobre um campo de futebol usado pela comunidade. As compras dos terrenos de outros moradores foram feitas com dinheiro em mãos, sem nenhum comprovante de pagamento e depósito.

A construtora está fechando o terreno impedindo a circulação de ônibus no local. Desde ontem uma vigília com vários militantes está montada no local para resistir a pressões da construtora, esperando que as autoridades competentes tomem providências dos abusos que estão acontecendo.

Edição: Cida Alves