Estamos vendo um governo sem rumo político
O desgoverno de Jair Bolsonaro (sem partido) é uma verdadeira fábrica de crises de proporções épicas e responsável por lançar o Brasil à Idade Média e o seu povo a níveis de desemprego e miséria nunca vistos antes. São tantas aberrações acontecendo ao mesmo tempo, que é preciso pontuá-las, para que não nos percamos em um caldeirão de insanidades, incompetências e crimes contra a sociedade cada vez mais repleto de ingredientes tóxicos aos cidadãos e aos poderes legalmente constituídos.
A crise mais grave causada, diretamente, por Bolsonaro e seus cúmplices, afeta em cheio o peito da saúde. A falta de atitude e a omissão na área sanitária é vista em todo o mundo como prática de genocídio. Em nenhum lugar do planeta, a pandemia do coronavírus foi tratada com tanto desdém e, até mesmo, incentivada pela esfera federal, quando o próprio presidente da República estimula à população a sair de casa e aparece em eventos públicos sem máscara, abraçando crianças e apertando a mão de pessoas. Isso é um crime grave e, como tal, deveria ser punido com todo rigor da lei. A consequência disso, é revelada em estatísticas alarmantes. Até o fechamento deste artigo, o número de vítimas fatais da Covid-19, no Brasil, era de exatos 57.658, com 1.345.254 pessoas infectadas com o novo coronavírus. Isso sem contar as subnotificações que, de acordo com especialistas, podem representar quatro vezes mais o número de mortos e contaminados. Somos o epicentro da doença, na Terra.
Outra crise sem precedentes gerada por essa administração catastrófica é o agravamento dos índices de pobreza e miséria. A política econômica de Paulo Guedes é um desastre total e lança o país em um buraco colossal, quase irreversível. Mesmo antes da pandemia, o Brasil já caminhava a passos largos para a maior taxa de desocupação de sua história, com quase de 13 milhões de desempregados. Por falta de uma política social e econômica consistentes e o descaso com a distribuições de renda, estimativas feitas ainda no início da crise, já previam que o desemprego causado pela pandemia, praticamente, iria duplicar o número de desempregados no Brasil. Sairíamos de uma taxa de 12% para 23,8% de desempregados. Isso equivale a 12,6 milhões a mais de pessoas sem emprego, ou seja, serão quase 25 milhões de desempregados. Sem dúvida, a maior crise socioeconômica já vista.
Por outro lado, estamos vendo um governo sem rumo político. O único objetivo de Bolsonaro é negociar com os partidos do chamado do “Centrão” e ir se mantendo no poder. Essa negociação é na base do dinheiro e cargos públicos, o conhecido “toma lá, dá cá”, que ele, Bolsonaro, dizia na campanha que iria combater. Somado a isso, vêm os inquéritos. Atolado até o pescoço de denúncias, ele pode ser chamado, a qualquer momento, a depor na Polícia Federal, na investigação sobre suposta interferência do chefe do Executivo na corporação. E tem o Queiroz. O velho Queiroz, que estava sumido há mais de um ano e foi encontrado na casa do advogado dos Bolsonaro Ele, temendo a prisão de sua esposa, considerada foragida da polícia, já negocia uma delação premiada, na qual pode causar um strike no clã Bolsonaro, caso o testa de ferro decida, realmente, falar tudo que sabe sobre o inquérito do suposto esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Existem suspeitas semelhantes ligadas a outros 11 políticos fluminenses. As investigações são do Ministério Público do Rio de Janeiro) e correm sob sigilo.
Insatisfeito e irritado com sua incompetência sanitária, política, social e econômica, por vezes Bolsonaro atacou os poderes Judiciário e Legislativo, ameaçando fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) e editar um no AI-5 (Ato Institucional). Isso inflou os bolsonaristas, ao ponto de quase incendiarem o STF, com fogos de artifício. Alguns terroristas foram presos e respondem processo em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica. O cenário de caos instalado no Brasil há quase dois anos, levou o país às manchetes dos jornais do mundo inteiro, acarretando outra crise: a internacional. Hoje, somos vistos como um dos piores mercados para investidores. Não somos mais chamados para as grandes decisões de cúpula, como erámos antes. Nesse domingo (29), mais de 70 países promoveram o #StopBolsonaroMundial, pedindo a queda imediata da crise intitulada Bolsonaro. Estamos à deriva em meio a uma pandemia. A saída continua sendo o povo, com apoio dos poderes e em defesa da democracia.
Edição: Heloisa de Sousa