Paraíba

LUTA PELA VIDA

Sindicatos de profissionais da educação decidem não voltar às aulas sem vacina

Sindicatos municipais e estadual reuniram-se na manhã desta sexta-feira (05) para traçar um plano de ação unitário

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Circulação - Foto: Reprodução

Sindicatos municipais e estadual de Trabalhadores/as em Educação reuniram-se na manhã da sexta-feira (05/02) para traçar um plano de ação unitário com o objetivo de lutar em defesa da vida e do combate a Covid-19. 

A iniciativa visa dar uma resposta à insistência dos governos que, em meio aos crescentes números de contágios e mortes por Covid-19, querem o retorno às aulas presenciais nas escolas e creches públicas, mesmo contra as orientações de distanciamento social.

“Nós entendemos que essa luta é uma luta unificada e não é só da rede estadual, mas também da rede municipal porque o plano apresentado pelo governo estadual é para que os municípios também sigam uma volta híbrida. Mas já indicamos para o governo estadual que nós não vamos retornar às atividades presenciais antes da vacinação”, conta Felipe Baunilha, da direção Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (SINTEP).


Sindicatos municipais e estadual de Trabalhadores/as em Educação reuniram-se na manhã desta sexta-feira (05) / Foto


As redes municipais e estadual estão com calendários diferentes o que dificulta a mobilização para uma pauta em comum. A rede estadual só concluiu as atividades no dia 22 de janeiro, enquanto que a maioria da redes municipal finalizou ainda em dezembro.

“Para a rede estadual a gente já tirou a deliberação em dezembro de 2020 em assembleia Estadual dos profissionais de educação, de que ninguém volta às atividades presenciais antes da vacinação dos profissionais da Educação. Então, caso o governo não volte atrás dessa sua decisão, nós não retornaremos às atividades presenciais, continuaremos com as atividades remotas”, continua Baunilha. 


SINTEP-PB protocola mais um pedido de audiência com o governador João Azevedo (19/01) - à direta, Felipe Baunilha / Foto: Arquivo Pessoal

“Nós não estamos nos negando a trabalhar, nós estamos nos negando a trabalhar sob risco de morte, de contaminação. Então não vamos voltar às escolas antes da vacinação. É uma luta em defesa da vida dos profissionais da educação, mas também da população paraibana visto que as crianças são as principais transmissoras da covid-19”.

Segundo inquérito sorológico elaborado pelo governo do estado, as crianças são os principais vetores de contaminação: crianças de até 11 anos foram as mais infectadas no estado da Paraíba, elas são as que mais transmitem em menos tempo os sintomas da doença e as que têm menos complicações. Só a rede estadual conta com mais de 250 mil estudantes no estado, o que denota o perigo de gerar aglomeração junto aos profissionais da educação, que são grupos de risco.

O retorno às atividades presenciais, que ocorreram em vários lugares do mundo e do Brasil, levaram a um aumento exponencial da quantidade de infectados e de mortos por Covid-19, sendo um risco para a saúde de toda a população. 

A reunião deliberou, por fim, que os sindicatos farão uma campanha de conscientização sobre os perigos da reabertura das escolas para a população paraibana, bem como reforçarão a necessidade da vacinação dos(as) trabalhadores(as) em educação, prerrogativa necessária para o retorno gradual das aulas presenciais.

Edição: Maria Franco