Paraíba

PANDEMIA

Governo lança decreto no qual estabelece plano para retomada das aulas na Paraíba

Plano Educação para todos em Tempos de Pandemia (PET-PB), é recusado pelos profissionais da educação

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Ilustração - Foto

O Governo da Paraíba lançou um decreto, o Plano Educação para todos em Tempos de Pandemia (PET-PB), no Diário Oficial do Estado (DOE) do domingo (7), para orientar a retomada das aulas presenciais nos Sistemas Educacionais do Estado e demais instituições de ensino superior.

Segundo o texto, o plano é constituído por quatro fases que preveem a retomada progressiva ao ensino presencial nas redes de ensino públicas e privadas, a partir da adoção do modelo híbrido de ensino-aprendizagem, considerando as análises realizadas pelas autoridades sanitárias.

I – 1ª FASE: 70% Ensino Remoto + 30% de ensino presencial;
II – 2ª FASE: 50% Ensino Remoto + 50% de ensino presencial;
III – 3ª FASE: 30% Ensino Remoto + 70% de ensino presencial;
IV – 4ª FASE: 10% Ensino Remoto + 90% ensino presencial.

De acordo com o plano, as aulas devem ser ministradas com 50% do total de alunos da turma, com atividades presenciais em semanas alternadas e aulas durando três horas por dia.

Ronaldo Cruz, Secretário de Finanças do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba), explica que a instituição vem acompanhando as informações de países que retornaram com aulas presenciais, como Israel, Reino Unido, Portugal, e também algumas capitais brasileiras, como São Paulo, Manaus e Porto Alegre: “O que se verificou é que não tem como retornar às aulas presenciais porque a tendência é ter um crescimento, uma contaminação, nesse setor de educação. Então decidimos só retornar à sala de aula com a vacina. Encaminhamos um ofício ao Governo do Estado solicitando uma audiência exatamente para tratar de vários problemas da educação, especificamente esse tava na ordem do dia, o Governo nos prometeu que ia nos receber e até agora não recebeu porque, na verdade, o que acontece hoje com os entes federativos, os municípios e estados, é que eles estão com medo de perder recurso para a educação".

Segundo ele, no setor privado, instituições que retornaram, já constam informações de alunos e familiares com Covid-19. Uma pesquisa realizada recentemente pela Secretaria de Saúde mostrou que se houvessem retornado às aulas aulas presenciais no ano passado, provavelmente haveria um índice de 30% a mais em contaminação e em óbitos de pacientes da pandemia.

“Então, nós só vamos retornar com a vacina. Essa é a posição tomada pelo sindicato. Fizemos uma grande reunião na última sexta-feira, com todos os sindicatos da educação do município, do setor privado, e estamos tirando um documento a nível de estado, defendendo a questão das aulas não presenciais. Vamos fazer uma frente em todo o estado, encaminhar esse documento ao Governo do Estado e aos prefeitos, de que nós precisamos ser colocados no grupo prioritário porque temos cerca de 300 mil alunos na rede pública. Então, se você colocar três pessoas para cada aluno, temos 900 mil pessoas infectadas. Se juntarmos todas as redes, teremos mais de dois milhões de pessoas, praticamente metade da população da Paraíba, infectada", conclui Ronaldo.

O Decreto afirma ainda que um mini inquérito será realizado a cada 15 dias para verificar o cenário epidemiológico após o retomada das aulas. A primeira fase de retorno às atividades acontece para os estudantes do ensino infantil de 0 a 10 anos, a partir de 1º de março. 

Edição: Maria Franco