Paraíba

POLÍTICA

Pedro critica Rádio Tabajara e defende concorrência para o saneamento na Paraíba.

SINDIÁGUA/PB e Empresa Paraibana de Comunicação rebatem as criticas do Deputado Federal.

João Pessoa/PB |
Deputado Pedro Cunha Lima em entrevista na Radio Arapuan FM. - (Foto: Divulgação)

O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) defendeu, nesta quarta-feira (10), durante entrevista ao programa Arapuan Debate, da Rádio Arapuan FM, abrir a concorrência na CAGEPA e falou sobre a não necessidade da Rádio Tabajara para o estado.

“Quero discutir uma proposta que coloque como prioridade o saneamento básico, não é razoável que a gente fique preso a esse modelo. E aqui eu não quero pura e simplesmente criticar a CAGEPA. Eu quero dizer que o que está posto não está dando certo. Por que se metade de um estado não tem saneamento básico”, disse o deputado. Pedro falou que não queria criticar a CAGEPA, mas ressaltou que “o que está posto não funciona”.

O deputado não falou em privatização da CAGEPA, mas em abrir concorrência. “Eu não diria privatizar a CAGEPA. É colocar uma concorrência. Se a CAGEPA for o caminho mais eficiente e vencer a concorrência e estabelecer metas. O que é que a CAGEPA tem a oferecer? Eu vou fazer um investimento daqui, disso, disso, disso, disso, eu vou conseguir entregar saneamento básico para x por cento da população... isso eu vou fazer em 10 anos, etc e tal. Se ela tiver cumprindo isso ou se chegar uma alternativa que coloque um investimento maior com retorno social maior... por que eu vou ficar preso na CAGEPA?”, ressaltou.

O vice-presidente do Sindiágua/PB, Geraldo Quirino, disse que deputado devia fazer um retrato do saneamento em todo Brasil, ressaltando que o governo federal e os governos estaduais tiveram pouco compromisso com o saneamento básico. Quirino colocou que antes do marco anterior do saneamento, o Brasil ficou duas décadas sem investimento nenhum. “Quem sustentou o saneamento básico em todo o Brasil foram as companhias de saneamento”.

O sindicalista cita o exemplo da capital do Amazonas sobre a ineficiência de empresas privadas na gestão do saneamento. “Em Manaus, a empresa foi privatizada há mais de 30 anos, no período de Fernando Henrique Cardoso. A média de saneamento é de 12%, com apenas 6% tratado, o restante do esgoto é jogado nos rios e lagos. É o pior sistema do Brasil”, destacando que o deputado é privatista e baseia no novo marco legal do saneamento, a Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020, que estimula a concorrência, a desestatização do setor e a privatização de empresas públicas estatais de saneamento. Pedro votou favorável ao projeto.

O tucano criticou a existência de uma rádio estatal no estado. “Quanto custa a rádio Tabajara por ano? Isso é um investimento que tem retorno social? Que combate desigualdade?”, ressaltou. 

Ele defendeu compra de espaço em emissoras privadas para divulgar os artistas paraibanos. “Ah, precisa de espaço para fortalecer os artistas locais? Precisa! A gente pode contratar esse espaço. Não sai mais barato não? Porque a gente tem que fortalecer os nossos artistas, a nossa cultura, sou fã de Seu Pereira, de Totonho, de Chico Limeira, de Renan, de Bicho Grilo, de tantos outros... Lucy Alves... Mas, será que a gente contratar um espaço aqui na Arapuan, por exemplo, para poder divulgar os artistas locais não sai mais barato e mais eficiente do que ter um rádio estatal?”, disse.

Segundo Albiege Fernandes, diretora de Rádio e TV da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) qualquer governo deve ter seu sistema de comunicação, independentemente de seu viés, destacando que “a informação é um bem coletivo, é um direito de uma população”. Ela ressaltou ainda o papel que a mídia teve nos últimos anos no Brasil para fragilizar a democracia. “Vimos nesses últimos anos, a democracia, o estado de direito, afundarem pela irresponsabilidade de uma mídia tendenciosa. E essa mesma mídia, recebe milhões dos governos que ela mesma ajuda a derrubar”

Albiege destacou que na Paraíba “a rádio Tabajara e o jornal A União são patrimônio do povo, são veículos estatais e prestam valioso serviço à comunidade”.

O deputado é filho do ex-governador e ex-senador Cássio Cunha Lima, derrotado no último pleito de 2018. Ele se colocou à disposição da oposição para disputar o governo do estado em 2022. Além do tucano, o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), também colocou a intenção de concorrer ao Palácio da Redenção no ano que vem.

Edição: Cida Alves