Paraíba

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Ideias Feministas

8 de março: Mulheres o fogo da revolução! - Reprodução
Como um auxílio de R$ 250 reais pode ser suficiente para as mulheres brasileiras?

Hoje (04) amanhecemos com três notícias infelizes: morte do professor Luiz de Sousa Júnior; a constatação de que as paraibanas dedicam mais de 25 horas por semana ao trabalho doméstico e de cuidados – dados revelados no relatório Estatísticas de Gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (4), maior discrepância registrada nos estados brasileiros; recorde de mortes por Covid-19, no país, desde o início da pandemia: 1.910 mortes nas últimas 24 horas.

Esse quadro se agrava com o ajuste fiscal aprovado junto à PEC Emergencial, que também viabiliza a retomada do auxílio emergencial, valor que deve ficar em torno de R$ 250 reais.

Infelizmente, acho que começamos mal esse texto. Não foram três notícias ruins, foram muito mais, aliás, ultimamente é só o que temos, notícias ruins, de mal a pior, o Brasil está ladeira abaixo.

Temos um presidente que em meio a esse triste quadro de perdas de vidas e total desacerto no enfrentamento à pandemia, diz: “Chega de frescura, mimimi. Vão ficar chorando até quando?”. O desprezo à dor de quem perdeu parentes, além de desumano, é imoral. Se temos um covarde à frente do Brasil, OK, ele foi escolhido pela maioria, mas nós queremos viver. Isso é um direito que deve ser respeitado. São contra o aborto, mas desprezam a vida e um terço da população brasileira aplaude achando ser isso um ato cristão? Concordam com Bolsonaro porque ele é um mito e um enviado de Deus para enfrentar o demônio Lula e PT? Vergonha brasileira por tanta crueldade!

A pandemia não acabou. Países do mundo inteiro conseguem dar exemplos mais bem sucedidos de enfretamento à Covid, como a China e a Inglaterra, mas aqui tudo que se ouve e ver é um Congresso que apoia Bolsonaro. Colocaram em pauta a PEC da Imunidade para ser votada antes do auxílio emergencial, como se 17, 7 milhões de novas pessoas que chegaram à linha de extrema pobreza no Brasil em fevereiro de 2021 (Dados da Fundação Getúlio Vargas), pudessem esperar para se alimentar.

O botijão de gás de cozinha agora custa R$ 100 reais. Como um auxílio de R$ 250 reais pode ser suficiente para as mulheres brasileiras? O que está acontecendo com o Brasil?

Nós estamos em pleno mês de março, mês que abre as lutas impulsionadas pelas mulheres, reafirmamos que queremos vacinas para todas e todos. Esses jogos de poder e de confusão dos discursos de Bolsonaro faz com que as trabalhadoras e os trabalhadores acreditem que, mesmo diante do caos, a única saída para não morrer de fome é continuar a trabalhar, fazer a economia girar e que o governo federal nada tem a ver com tudo isso. No entanto, a experiência nesse último ano de pandemia nos mostrou que nada adianta negar o tamanho do problema e tentar manter um novo normal, pois isso só resulta no abrir e fechar portas e na total instabilidade do cotidiano: Como será o amanhã?

Por isso, dizemos que o auxílio de R$ 250 reais é pouco, muito pouco para nossas necessidades, é pouco, muito pouco. Queremos respeito à nossa alimentação, à nossa condição de moradia, à nossa sobrecarga entre ter que trabalhar, sobreviver e ter que lidar com 25 horas semanais de trabalho doméstico não pago, queremos renda básica para todas as trabalhadoras e trabalhadores, queremos outra política, outra presidência, outro Congresso, queremos políticos e políticas que entendam a realidade brasileira e não façam o que estão fazendo: tentar salvar suas peles, zombar da morte do povo, e tentar dar a mixaria de R$ 250 reais para conter a imensa e profunda desigualdade que vem se aprofundando.

Queremos saúde, futuro e respeito à vida; chega de blá blá blá de Bolsonaro e de mimimi dos bolsominions, chega de ódio, queremos um país melhor, queremos ser felizes. Para isso, nesse 8 de março, iremos para as redes sociais dizermos: Pela vida das mulheres: Fora Bolsonaro!

 

 

Edição: Maria Franco