O Movimento dos Entregadores Unidos (MEU) irá realizar um protesto nesta quarta-feira (10), a partir das 9h30 da manhã. Dentre as pautas de reivindicação estão: as taxas de entrega, bloqueios indevidos, pontos de apoio e habilitação social.
“A gente não tem condições com o valor de entrega baixo, então não temos dinheiro para pagar uma habilitação, e a mesma coisa com o emplacamento de moto que a gente está pedindo para pagar dividido. Além de multas, eles poderiam facilitar o emplacamento da moto para a gente não estar andando com medo de blitz”, conta Lima*, um dos representantes do MEU.
Ele conta que a ideia do Movimento é mostrar força, sem a presença ou apoio de políticos e nem do Sindicato.
“Existe um Sindicato dos Motoboys de João Pessoa que atua desde 2005, mas nunca fez nada por a gente, nunca teve sequer uma eleição”, relata ele.
Os apoios surgiram de algumas empresas como a Central Motos e também da Cooperativa de Motoboys, ambos colaboraram com faixas e panfletos. Um carro de som também deverá estar circulando.
O Movimento já conta com cerca de 150 entregadores que se organizam em dois grupos de whatsapp, cada um com 257 pessoas.
Lei aprovada só a espera de sanção
Recentemente foi aprovada uma lei, de autoria da deputada Cida Ramos (PSB), que visa garantir aos entregadores de aplicativos segurança e condições mínimas de trabalho: as empresas devem fornecer - sem custo para os trabalhadores - capacetes, mochilas térmicas, vestimenta, kit higiene e máscaras. A lei também busca coibir o aplicativo de bloquear ou desativar o entregador sem permitir a defesa dos profissionais. Os entregadores aguardam a sanção desta lei pelo governador João Azevedo, sendo esta uma das reivindicações da pauta da quarta-feira.
Subiu os combustíveis, mas baixou o preço das entregas
Na visão dos motoboys, a alta dos preços de combustível prejudica a categoria:
“A gente antes abastecia com 50 reais e passava de dois a três dias. Então, passamos a abastecer com R$ 70, e ficou maior o combustível, aumentou o preço do óleo, do pneu, manutenção geral da moto, alimentação e o custo de manter a casa da gente. Só que a taxa de entrega não acompanhou, ela diminuiu porque não aumenta só a gasolina, aumenta o diesel também e todo frete é em cima disso, do combustível”, conta Lima.
O momento pede a união das categorias: motoboys, caminhoneiros e motoristas de aplicativo, para poder baixar o preço dos combustíveis, “mas nosso foco agora é outro, este será um outro passo. Em breve, planejamos abastecer nos postos apenas 50 centavos para pressionar os donos de posto de combustível. Eles vão ter um custo maior e vão reivindicar preço baixo junto às refinarias. Será briga de gente grande porque o dono do Posto recebe caro e passa mais caro para o consumidor”, conta ele.
*Lima é nome fictício por medo de boicote do aplicativo
Edição: Heloisa de Sousa