Alexandre Eduardo de Araújo
A vida campesina
É cultivo de esperança
É labuta de aliança
É uma crença menina
É certeira lazarina
No roçado da incerteza
Convívio com a natureza
Plantas, terras, animais
Lembranças de ancestrais
Daqueles tempos distantes
São corações palpitantes
Água correndo em riacho
Pitomba formando cacho
Anu cantando enchorrada
O cantar da passarada
Acompanhando a aurora
Um viva a Nossa Senhora
Rezado numa novena
Um bezerro fazendo cena
Escaramuçando no terreiro
Raposa no galinheiro
Assegurando o jantar
Uma pedra de amolar
Desmanchando todo ferro
Um cabrito dando berro
Por estar enchiqueirado
Banco de sementes fechado
A terra toda arada
Pronta para ser plantada
Quer da chuva um abraço
A chuva é bendito manto
Roga a São José o Santo
Em dezenove de março
Solânea, 19 de março de 2021
Edição: Henrique Medeiros