A professora Clarissa Cecília Ferreira Alves é doutora em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (PPGCJ/UFPB) e professora do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e está lançando o livro "O trabalho reprodutivo sob o capital: mulheres, classe e raça no trabalho doméstico e no cuidado", de forma virtual, a partir desta quarta (24). A modalidade de pré-venda já está disponível e vai até o dia 24 de abril, pelo site da Editora Letramento: www.editoraletramento.com.br. Após essa data, passará, também, a ser vendido nas demais livrarias.
O tema do livro de Clarissa aponta uma questão central discutida durante a pandemia: o aumento do trabalho doméstico e de cuidados. Segundo a autora, o livro é apenas o início do debate. "O livro debate o chamado trabalho reprodutivo (especialmente o trabalho doméstico e de cuidado), a partir de uma perspectiva feminista, anticapitalista, decolonial e antirracista, de modo a pensar sobre como essa forma de trabalho, constantemente invisibilizada enquanto trabalho, é fundamental e cada vez mais valiosa no processo de reprodução do capitalismo global. Com a pandemia, as mulheres, especialmente as pobres e negras, viram essa demanda aumentar e lhes sobrecarregar assustadoramente, em um contexto de negligência do Estado em garantir assistência, alimento e vacina para todos/as". explica Clarissa.
Questão do livro "O trabalho reprodutivo sob o capital"
Por que mulheres têm sido historicamente responsabilizadas pelo trabalho doméstico e pelo cuidado de crianças, idosos e enfermos no Brasil e no mundo? De que modo a carência de assistência e cuidado têm requerido a extração desse recurso da periferia para o centro do capitalismo global? Quem se beneficia do trabalho de mulheres empobrecidas e racializadas, e o que organiza esse sistema dentro da ordem capitalista, colonial, racista e patriarcal? A obra investiga como o trabalho reprodutivo - sob o capital - constitui-se enquanto forma de trabalho estruturada por relações sociais de sexo, classe e raça, e como a ordem capitalista, colonial, racista e patriarcal se organiza para abastecer a crescente demanda por cuidado e assistência surgida em razão da queda do Estado de Bem-Estar Social, do envelhecimento populacional e da entrada de mulheres brancas e ocidentais no mercado de trabalho.
Edição: Heloisa de Sousa