Paraíba

FALTA DE BOM SENSO

Mil trabalhadores da limpeza urbana de JP correm risco de ficarem desempregados

"A Prefeitura não teve a sensibilidade de jogar isso mais para frente"

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Trabalhadores da Limpeza Urbana de João Pessoa lutam para não serem demitidos. - Rafael Freire

A Prefeitura decidiu rescindir o contrato com as empresas de limpeza urbana que trabalham atualmente em João Pessoa. A alegação da Prefeitura Municipal de João Pessoa é que as três empresas contratadas não possuem os equipamentos técnicos necessários para a execução do trabalho de limpeza da cidade, a exemplo de caminhões adequados para recolher o lixo, triciclos para varrição de rua, entre outras, e que por isso, não tem feito os pagamentos, desde janeiro desse ano, a essas empresas por apresentarem inadequação entre o que executam e o que está previsto no contrato das licitações.

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A questão é que as trabalhadoras e trabalhadores contratados por essas empresas é que serão prejudicados, pois ao rescindir esses contratos, esses trabalhadores ficarão desempregados. Nesta segunda (12) foi realizada uma reunião entre a Prefeitura e o Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores de Limpeza Urbana da Paraíba ( Sindlimp)  em torno de chegarem a um acordo. Os trabalhadores da empresa LimpMax, além de estarem enfrentando essa instabilidade, também estão sem receber salários desde janeiro. Por isso, os trabalhadores da limpeza resolveram paralisar suas atividades nessa terça (13).

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A prefeitura quer abrir um contrato emergencial, as empresas que ganharem esse contrato ficarão de 3 a 6 meses atuando no serviço de forma temporária até haver uma licitação definitiva. As novas empresas contratadas - primeiramente, em caráter emergencial e, após, em definitivo - teriam que recontratar os trabalhadores atuais, no entanto, a questão é que os trabalhadores ainda não tiveram seus contratos rescindidos. "A prefeitura não quer essas empresas, querem abrir um contrato emergencial. A luta do sindicato é que haja recontratação dos trabalhadores pelas empresas que forem contratadas. Enfrentamos esse mesmo problema entre 2019 e 2020, a Emlur (Empresa de Limpeza Urbana) também prometeu contratar os trabalhadores e isso não aconteceu porque não tem como garantir que as novas empresas façam isso. Além disso, estamos sem acordo coletivo. Estávamos começando o acordo, aí aconteceu isso. Os maiores prejudicados como sempre são os trabalhadores", explicou Ulisses Alberto, diretor do Sindlimp.


Caminhão caçamba / Reprodução

Por causa da paralisação desta terça (13), a Prefeitura resolveu fazer a coleta de lixo em caminhão aberto. "É uma contradição. A prefeitura quer rescindir os contratos com as empresas alegando inadequação dos caminhões, mas está usando caminhão aberto para recolher o lixo. Isso expõe bem mais o trabalhador ao lixo, dentro de um caminhão caçamba, separando o lixo lá dentro. Isso no meio de uma pandemia. A Prefeitura cobra das empresas um equipamento melhor e ao mesmo tempo vem colocando caminhões abertos para os trabalhadores continuarem a fazer a limpeza da cidade. A Prefeitura não teve a sensibilidade de jogar isso mais para frente, porque no meio da pandemia, o que já está ruim na questão de ter o seu trabalho, vão fechar locais de trabalho, serão 1.000 trabalhadores que de um dia para o outro vão ficar sem trabalho", desabafou Ulisses, do Sindlimp.

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Nesta segunda (13) o prefeito em exercício de João Pessoa, Léo Bezerra (Cidadania), recebeu os trabalhadores das empresas contratadas para realizar a limpeza urbana da Capital e reforçou o compromisso da prefeitura de solucionar o impasse sobre contratos rescindidos no mês passado.

Durante o encontro, que aconteceu no Centro Administrativo Municipal (CAM), em Água Fria, e contou com o sindicato da categoria, ficou agendada para esta terça feira (13) uma reunião virtual com o Ministério Público do Trabalho da Paraíba, que vai decidir sobre a contratação de novas ou as mesmas empresas para a prestação dos serviços.

"Estamos aguardando uma reunião com o Ministério Público, hoje, às 16h", anunciou Ulisses, do Sindlimp.

 

Edição: Heloisa de Sousa