Apesar dos julgamentos que envolvem Lula, o fato é que ele não para de crescer em todas as pesquisas
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), duas vezes presidente do Brasil e já liderando as pesquisas para seu terceiro mandato, começou a abalar as estruturas políticas vigentes, logo quando saiu da prisão, em novembro de 2019, depois de passar um ano e sete meses na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba/PR. Desde sua soltura, até agora, foram precisos 17 meses para que Lula conseguisse anular todas as suas condenações e, assim, resgatar seus direitos políticos e se lançar à Presidência da República em outubro do próximo ano.
No dia 15 deste mês, por maioria dos votos (8x3), o Supremo Tribunal Federal confirmo que os quatro processos criminais da Operação Lava Jato que tramitaram contra o ex-presidente, na 13ª Vara Federal de Curitiba têm que ser refeitos. Com isso, duas condenações contra Lula, nos casos Triplex do Guarujá e Sítio de Atibaia, estão anuladas. Somado a isso, nesta quinta-feira (22), os ministros do STF decidirão se a decisão tomada pela Segunda Turma do Supremo, no dia 23 de março, que declarou o ex-juiz Sérgio Moro parcial ao julgar Lula, pode ou não ser rediscutida no Plenário da Suprema Corte. Caso o STF confirme a suspeição de Moro, será mais uma vitória do petista, que garantiu que iria provar sua inocência. E pelo andar da carruagem, está.
Paralelamente aos julgamentos que envolvem Lula, o fato é que ele não para de crescer em todas as pesquisas para presidente. Um dos levantamentos mais recentes foi feito pelo PoderData e divulgado na quarta-feira (14). A pesquisa mostra uma vantagem de 18 pontos do ex-presidente Lula, em relação a Jair Bolsonaro (sem partido), em um eventual segundo turno. O Instituto aponta, ainda, um salto de 11 pontos percentuais de Lula, em apenas um mês. Além de queda de dois pontos percentuais de Bolsonaro em relação ao último levantamento, feito em 17 de março. O ex-presidente aparece, agora, com 52% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro marca 34%.
Enquanto Lula vive um ressurgimento político histórico, Bolsonaro está passando por seu pior momento. Ele e alguns de seus ministros terão que enfrentar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Senado Federal. A chamada da CPI da Covid é considerada a maior derrota política do governo Bolsonaro e tem como relator o senador Renan Calheiros (MDB), um dos seus desafetos no Senado.
A CPI vai apurar as omissões, desmandos e eventuais crimes praticados durante a pandemia, que já matou quase 375 mil brasileiros e brasileiras, desde março do ano passado. Parece que não será difícil para os senadores provarem os crimes deste governo, que incentivou o uso de medicamentos não comprovados pela ciência no uso do tratamento da Covid, sempre foi contra o uso da máscara, estimula a aglomeração e deixou de comprar milhões de vacinas em 2020.
É importante lembrar que a CPI da Covid só foi instalada devido uma decisão do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que determinou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a iniciar os trabalhos da Comissão. A CPI tem como base um requerimento do senador Rodolfe Rodrigues (Rede-AP) e assinada por 31 parlamentares.
Contudo, Bolsonaro não tem apenas esse pesadelo. Mais de 100 pedidos de Impeachment estão na gaveta do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A ministra do STF, Carmem Lúcia, determinou que o presidente da Câmara, se manifeste sobre um pedido apresentado à Corte para que o deputado analise os processos de impeachment contra Bolsonaro apresentados à Casa. A decisão é do dia 13 deste abril e dá prazo de até cinco dias para a resposta de Lira.
Edição: Cida Alves