A mobilidade humana requer respeito e políticas públicas capazes de incorporar todos os fluxos, inclusive os ciclistas. Pensando nisso, um grupo de ciclistas realizou nesta segunda (26), no final da tarde, uma ação educativa intitulada "Respeitar o ciclista é respeitar a vida", nas proximidades do girador do bairro do Bessa, em João Pessoa (JP).
"Eu saí de casa, 15h30 e quando chegou perto da placa eu passei para a faixa do meio, quando chegou no meio da rotatória, o carro bateu em mim, aí eu passei na frente do carro e vim para o meio fio e encostei para me proteger. O motorista não se dando por satisfeito, passou por cima da bicicleta e foi embora. Por isso, hoje o protesto é reivindicando a segurança da gente. Se tem vias aqui e tem como fazer uma ciclofaixa aqui dentro, por que que não faz? Independente disso, o motorista tem que respeitar. Ele poderia ter me matado, ele fez isso e eu me livrei porque tenho muitos anos de experiência de bike", relatou Carlos Augusto, ciclista que sofreu um atentado, fato que motivou o ato dos ciclistas em busca de respeito no trânsito.
"A gente que é ciclista, a gente que precisa da bicicleta como meio de locomoção e até mesmo para praticar esporte nas horas vagas, a gente precisa realmente de mais segurança, precisa de ciclovias e precisa muito mais do que isso, a gente precisa de uma população que tenha consciência de que o ciclista tem seu espaço, assim como o pedestre, assim, também, como o motorista do carro né? Mas, o espaço tem que ser respeitado. A lei é muito clara, o distanciamento de 1,5 m, então nós precisamos, realmente, de um suporte porque a vida está em perigo. Eu tenho filhos e mal uso carro. Aqui em João Pessoa, eu acho fantástico andar de bicicleta, só que alguns pontos ainda são bem perigosos e eu acho que precisa de mais segurança. A bicicleta é o melhor meio para se locomover, mas precisamos reivindicar nossos direitos quando estamos em perigo, principalmente", disse o ciclista, Djalma Barreto Neto.
Para o personal trainer, Rodrigo, "a política se faz conosco envolvido, não podemos só esperar do poder público, então esse é um ato educativo onde podemos demonstrar a força que o povo tem, no sentido de orientar os cidadãos e provocar o poder público para que tome uma ação, com medidas educativas e a criação de uma ciclofaixa pelo Bessa todo, para que estimule as pessoas a saírem de casa, a utilizarem mais a bicicleta, porque vai ganhar em saúde, o meio ambiente agradece e a mobilidade urbana também", disse.
Além da ação, o grupo também tem uma pauta de reivindicações, que vai ser entregue a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) de JP, pedindo intervenções na rua Bacharel José de Oliveira Curchatuz, também no Bessa, na rotatória próxima do Bessa Shopping, como:
1- Ciclovia canteiro central ;
2- Redutores de velocidade ;
3- Monitoramento da Via com Câmeras ;
4- Campanha educativa nas rotatórias.
Edição: Heloisa de Sousa