Paraíba

Coluna

JOÃO PESSOA DESIGUAL - Por João Muniz*

Imagem de perfil do Colunistaesd
Imagem ilustrativa. - Rubem Grilo, Pé e Sapato (2009)
E quanta disparidade. Diferenças cruciais. João Pessoa em liderança. No ranking das desiguais.

JOÃO PESSOA DESIGUAL

O Brasil entrou com força 
De volta ao mapa da fome
Ricos cada vez mais rico
Pobres que quase não comem
Poucos que consomem tudo
Muitos que pouco consomem.

Mapa da desigualdade 
Metrópoles e capitais
E quanta disparidade 
Diferenças cruciais
João Pessoa em liderança
No ranking das desiguais.

Capital paraibana
Tem um cenário cruel
Os ricos de João Pessoa
Se lambuzando no mel
E os pobres de Filipéia** 
Na amargura do fel. 

Ricos ganham quase 90
Vezes mais que à pobreza
Que perderam seus trabalhos
Sem a renda é só tristeza 
Enquanto os ricos exploram
Os pobres na incerteza.

O lugar mais desigual 
É a nossa João Pessoa
O pior de se viver 
A pesar da terra boa
Em tempos de pandemia 
Tudo fica mais atoa. 

No ano 2020 
Bate o recorde negativo 
Do direito e da justiça 
O povo pobre é cativo
De uma elite avarenta
Proferem paliativo.

Enquanto isso o governo
Num orçamento secreto 
Para comprar o centrão 
Assim se fez indiscreto 
Esgoto da corrupção 
Correndo a céu aberto.

3 bilhões de uma emenda 
Por fora do orçamento 
No desvio de conduta
Deste governo avarento
O povo pobre é que sofre
Sem o mínimo pro sustento.

Gostaria de falar 
Só de amor verdadeiro 
Pelo nossa capital 
Onde o sol nasce primeiro 
Mas o brilho para os pobres 
Chegando por derradeiro.

Ô João Pessoa querida
Por que ricos tudo tem?
E o povo pobre sofrido
Sem ter no bolso um vintém
Só nos resta Esperançar 
Lutar em nome do bem.


Pelo fim da injustiça 
De toda desigualdade
Para a gente viver bem
Na paz e na liberdade 
Como nos ensinou Jesus
Amor e Fraternidade!

*João Muniz é Poeta Popular, Cantor, Compositor, Pedagogo e Militante da Comissão Pastoral da Terra.

**A Cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves teve sua fundação iniciada, em 4 de novembro de 1585. O local foi primeiro habitado por índios Caeté, que foram expulsos pelos tabajaras.

Edição: Cida Alves