No estado da Paraíba, uma mulher morreu com mucormicose, no dia 13 de maio, no Hospital Universitário Lauro Wanderley, conhecido como HU. E um outro caso foi identificado em um paciente de 38 anos, de João Pessoa, que também teve a infecção, mas já está curado.
O médio infectologista Fernando Chagas, diretor do Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, explica que a mucormicose, conhecida vulgarmente como fungo negro, é um evento raro causado por fungos que estão no solo. " É uma doença oportunista relacionada com a imunidade. Não acreditamos que tenha relação direta com o vírus. Os dois pacientes em questão tiveram Covid-19, mas ainda não está confirmado como uma doença relacionada com a Covid-19, por isso, a necessidade de cautela", explicou.
Os sintomas são dor na face, principalmente nas maçãs do rosto, vermelhidão podendo evoluir para inflamação local e inchaço nos olhos, secreção grossa e espessa, febre e quadro que vai evoluindo a ponto de infiltrar e poder até mesmo matar o tecido do rosto.
Pessoas que sofreram Covid grave e começaram a sentir algum desses sintomas, precisam procurar atendimento imediato, pois há tratamento. Quando no início, o tratamento é bastante eficaz.
O médico alerta que não precisa de pânico porque são casos raros e nem todo mundo que tem Covid vai ter necessariamente o fungo. "Os primeiros casos estão sendo acompanhados agora e esperamos que fique neles", disse.
A maior prevenção é evitar a Covid-19. Fernando lembrou que o Clementino Fraga está com 100% de UTIs ocupadas e 90% das enfermarias. "A gente precisa reforçar os cuidados e diminuir a transmissibilidade e poder enfim continuar com a vacinação e finalmente sair dessa situação de pandemia", disse o médico.
Países como Índia e Uruguai também já registraram casos de mucormicose em pacientes que estão com Covid-19 grave ou já tiveram a doença nesse estado. O fenômeno pode estar relacionado a baixa imunidade ocasionada pela Covid-19 e também aos medicamentos para o tratamento que podem diminuir as defesas do corpo.
O distúrbio ocorre mais intensamente em pacientes com sistema imunológico debilitado, como diabetes, AIDS e recém-recuperados da infecção pelo coronavírus. Além disso, a medicina investiga uma relação com os medicamentos esteroides usados para combater a Covid-19.
Edição: Heloisa de Sousa