Desde o início da pandemia, o coronavírus já matou 224 jornalistas no Brasil.
Em reunião ordinária realizada no dia 14 deste mês, a Diretoria Executiva do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba (SindjorPB) decidiu apoiar, integralmente, o ato “Fora Bolsonaro”, que acontece neste sábado (19), em 246 cidades do Brasil e de outros países. Para tomar a decisão de apoiar as manifestações contra o atual presidente da república, o Sindicato levou em consideração, basicamente, a quantidade de jornalistas mortos pela Covid-19, os ataques sistemáticos à imprensa praticados por Bolsonaro e a política genocida do atual governo federal, responsável por levar milhares de pessoas à miséria, ao desemprego e à morte.
Um dossiê da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o qual o SindjorPB participou da construção, revela o crescente número de jornalistas vítimas da pandemia. Conforme o documento, o Brasil é o segundo país do mundo, onde mais morrem jornalistas, vítimas da Covid-19, só perde para a Índia. Desde o início da pandemia, o coronavírus já matou 224 jornalistas no Brasil. Apesar de terem sido incluídos no decreto do governo, como serviços emergenciais, os profissionais de imprensa ainda não fazem parte do grupo prioritário, no Programa Nacional de Imunização (PNI).
O dossiê aponta a Paraíba na 6ª colocação, no País, entre os profissionais vitimados pela pandemia, atrás dos estados de São Paulo, Amazonas, Pará, Rio de Janeiro e Paraná. O acompanhamento dos números no Estado está sendo coletado e atualizado pelo SindjorPB e repassados à Fenaj.
Segundo o presidente do Sindicato, Land Seixas, a Paraíba poderá subir mais posições, neste triste ranking de perdas. “Neste momento, o Estado vem liderando o ranking com mais profissionais vitimados pela Covid-19, no Nordeste”, disse. Dos 55 profissionais que perderam a vida na região, a Paraíba detém alarmantes 27% dos casos, 15 pontos percentuais a mais, em relação ao Ceará e 16 pontos acima dos estados que ocupam a 3ª colocação (Alagoas e Sergipe) ambos com 11% dos óbitos.
Depois de uma forte pressão da Fenaj e dos Sindicados Estaduais de Jornalistas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que pediu uma análise da coordenação nacional do PNI sobre a inclusão de jornalistas e profissionais da imprensa no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19. “Naturalmente que essa não é uma decisão discricionária do ministro. Quem vai decidir é a câmara técnica do PNI, e essas decisões são baseadas em critérios epidemiológicos”, declarou Queiroga. A declaração foi feita no dia 13 deste mês de junho.
Outro ponto que causa indignação aos jornalistas são os ataques constantes à imprensa e Bolsonaro é o principal responsável pelas humilhações e ameaças feitas aos profissionais dessa área. Segundo dados do Relatório Anual de Violações à Liberdade de Expressão, divulgado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, os casos de ataques à imprensa cresceram 167%, entre 2019 e 2020.
A Federação Nacional dos Jornalistas esclarece que a situação de violações à liberdade de imprensa no Brasil está ligada, diretamente, à ascensão de Bolsonaro. O estudo feito pela Fenaj mostra que, em 2019, número de casos de ataques a veículos de comunicação e a jornalistas chegou a 208, um aumento de 54,07% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 135 ocorrências. Em 2020, a situação agravou-se. “Houve uma verdadeira explosão da violência contra jornalistas e contra a imprensa de um modo geral. Foram registrados 428 episódios”, diz o relatório. “O presidente Jair Bolsonaro, mais uma vez, foi o principal agressor. Sozinho foi responsável por 175 casos (40,89% do total)”, denunciou o documento da Federação.
Os jornalistas precisam trabalhar sem medo, vacinados e com total liberdade de expressão. #ForaBolsonaro #VacinaParaTodos.
Edição: Heloisa de Sousa