Na manhã deste domingo (21 de junho), os camponeses e camponesas do Acampamento Antônio Pinto no município de Caaporã-PB, abordaram oito homens praticando a retirada de madeira ilegal na área de proteção ambiental do imóvel que ocupam no Engenho Retirada. Segundo relatos, quando os camponeses (as) se dirigiram ao local se depararam com a ação de destruição da reserva onde estavam utilizando motor-serras para derrubada das árvores centenárias que fazem parte dos restantes da Mata Atlântica que já se encontram quase desaparecida.
Os criminosos não portavam documentação de licença e autorização para tal atividade e alegaram que estavam prestando serviços para terceiros, ao qual se recusaram de informar o nome do responsável. No local se encontravam um caminhão para realizar o transporte das madeiras extraídas e um trator carregadeira para encher o caminhão.
Os camponeses (as) por sua vez, ligaram para a Polícia Militar que ao chegar no local acionaram a Polícia Ambiental. Segundo informações, esse tipo de crime vem acontecendo na região com frequência. Os camponeses (as) recolheram o material apreendido para apresentar aos órgãos competentes e vão permanecer em vigilância para que este crime não volte a ocorrer no imóvel em que trabalham e garantem o sustento das famílias.
Para o agente Pastoral membro da CPT - Comissão Pastoral da Terra, Tiago Pinto, “Este ato de destruição é um absurdo e criminal, pois num tempo onde a questão ambiental está sendo debatida em todas as esferas da sociedade e em todo mundo por lideranças de grande expressão como o Papa Francisco que está promovendo movimentos em defesa do meio ambiente e do planeta como Casa comum, assistimos aqui a irracionalidade agindo de acordo com as orientações do governo Bolsonaro que não tem compromisso com a vida e com a natureza” afirmou.
Sobre o imóvel: O Engenho Retirada tem aproximadamente 700 hectares e é ocupado por cerca de 60 famílias desde 2012, quando a usina Cruangi declarou falência e deixou seus trabalhadores sem trabalho e indenização. Sem outra alternativa os camponeses (as), ocuparam o imóvel e substituíram o plantio de cana-de-açúcar pela agricultura familiar onde plantam: feijão, macaxeira, inhame, batata-doce, frutas, hortaliças e abastecem as feiras de Goiana - PE, Caaporã - PB, Alhandra - PB e as feiras agroecológicas em João Pessoa - PB.
Edição: Heloisa de Sousa