Diversas trabalhadoras e trabalhadores foram às ruas, na manhã desta desta quarta (18), para protestar em frente ao prédio da Receita Federal, em João Pessoa, contra o Projeto de Emenda à Constituição nº 32, a chamada reforma administrativa.
O dia de greve nacional foi definido durante o Encontro Nacional dos Servidores e Servidoras, que aconteceu em 29 e 30 de julho, com a presença de mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o funcionalismo público das três esferas – municipal, estadual e federal.
Se aprovada, a reforma Administrativa destruirá os serviços públicos, afetando todos os brasileiros, que já lutam pela sobrevivência e sofrem todos os tipos de ataques do governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido). A mobilização faz parte da onda crescente de protestos populares que vem tomando as ruas desde o mês de maio deste ano.
A PEC 32 ataca ainda os servidores públicos, considerados ‘marajás’, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que ignora que metade desses trabalhadores ganha menos de R$ 3 mil. A reforma Administrativa não atinge os verdadeiros altos salários, como de juízes, militares, entre outros.
A luta contra a PEC 32 é pauta principal deste dia, mas a mobilização é também contra o desemprego, pelo auxílio emergencial de R$ 600, por vacinação já para todos e todas, contra as privatizações e o empobrecimento da população.
“A reforma administrativa está a todo vapor no congresso e acreditamos que só vamos barrá-la com o povo nas ruas, protestando e pressionando os deputados para que eles não votem por esse desmonte. Isso não é uma reforma, é o fim no serviço público!”, alertou.
Tião Santos ressaltou que a PEC 32 não é a única ameaça aos direitos dos trabalhadores brasileiros. Na última quinta-feira (12), a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória nº 1.045/2021, que precariza ainda mais as relações de trabalho no país, retirando o direito a férias e até ao FGTS. “É rasgar o que nos resta da CLT!”, sentenciou o presidente da CUT-PB.
A deputada Cida Ramos esteve presente nesta manhã nas atividades da Greve Nacional dos Servidores Públicos. " Mais essa reforma neoliberal de Bolsonaro, que acaba com os Serviços Públicos e Sociais do Estado brasileiro. Não serve ao povo. Imaginem o Incra nas mãos apenas dos latifundiários; a Funai nas mãos do madeireiros; as Universidades nas mãos de interesses patrimonialistas?", alertou a deputada sobre o que anda fazendo Bolsonaro à frente do governo.
Por isso, a bandeira Fora Bolsonaro também esteve presente nas manifestações desta quarta(18).
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020 ainda não tem prazo para ser colocada em votação na Câmara, mas já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para aprovar uma PEC, são necessários os votos favoráveis de 308 deputados. Após ser apreciada pelo plenário da Câmara em dois turnos, a matéria ainda precisa ser aprovada também em dois turnos no Senado por pelo menos 41 votos, antes de ser promulgada.
Além da capital paraibana, também teve ato em Campina Grande, na Praça da Bandeira.
Ainda hoje, a partir das 16h, vai acontecer uma live com a participação de lideranças sindicais e políticas debatendo os retrocessos da reforma administrativa para vida das brasileiras e brasileiros.
Também vai acontecer na tarde desta quarta (18), ato na cidade de Patos, em frente ao Banco do Brasil, a partir das 17h.
Edição: Heloisa de Sousa