O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgou nesta quarta (06), a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos referente ao mês setembro. No período analisado, o preço do conjunto de alimentos aumentou em 11 das 17 capitais pesquisadas.
As maiores altas foram registradas em Brasília (3,88%). Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). As capitais com quedas mais intensas foram João Pessoa (-2,91%) e Natal (-2,90%). Em João Pessoa, a cesta básica tem um custo de R$ 476,63. No entanto, ao comparar setembro de 2020 e setembro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento.
Entre agosto e setembro, o litro do leite integral teve acréscimo em 11 capitais e o quilo da manteiga, em 12. As maiores altas foram observadas em João Pessoa (2,55%), Fortaleza (2,45%) e Belém (2,19%).
O preço do feijão recuou em 13 capitais, no entanto, aumentou em João Pessoa (0,87%), Natal (0,39%) e Salvador (0,12%). Já o custo do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, não variou em Florianópolis e diminuiu em Curitiba (-1,93%), Vitória (-1,22%), Porto Alegre (-1,05%) e Rio de Janeiro (-0,59%). Apesar da baixa oferta dos dois tipos de feijão, os altos patamares de preço reduziram a demanda, devido ao empobrecimento das famílias
Nos primeiros nove meses de 2021, 16 capitais acumularam alta nos preços, com exceção de Salvador, que apresentou ligeira queda de -0,05%.
Com base na cesta mais cara que, em setembro, foi a de São Paulo, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.657,66, o que corresponde a 5,14 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em agosto, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.583,90, ou 5,08 vezes o piso em vigor.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em setembro, ou seja, de venda da força de trabalho, ficou em 115 horas e 02 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em agosto, quando foi de 113 horas e 49 minutos. Verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 56,53% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em agosto, o percentual foi de 55,93%
*Com base em informações do DIEESE
Edição: Heloisa de Sousa