Paraíba

EM DEFESA DA MORADIA

Conselho Estadual de Direitos Humanos envia recomendação sobre despejos para vara de Mangabeira

Após despejo de morador da Praia do Sol, Conselho relembrou as recomendações contra despejo para a Justiça da Paraíba

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Despejo Zero está valendo enquanto durar a pandemia, mas alguns magistrados tem descumprido liminar do STF. - Raquel Rolnik

O Conselho Estadual de Direitos Humanos tem atuado efetivamente em relação a casos de conflitos possessórios no estado da Paraíba. Tendo apresentado recomendação à Corregedoria do Tribunal de Justiça da Paraíba, que foi acolhida no sentido de se determinar, antes de liminares de reintegração, que a Defensoria Pública seja ouvida em relação aos casos em que haja pessoas em situação de vulnerabilidade social envolvida. Recomendação, inclusive, que está prevista no código de processo civil.  O Conselho também atuou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ADPF 828, ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que pedia a suspensão de despejos enquanto durasse a pandemia de Covid-19 no país. Nessa ação, o ministro relator, Roberto Barroso, concedeu a liminar.

"Nós estamos, juridicamente, acobertados por essa liminar, que foi dada pelo Supremo Tribunal do nosso país, determinando que não haja despejos durante a pandemia. Estamos acobertados também pela recomendação que foi expedida pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos para a Corregedoria, recomendação essa que foi acatada no sentido de que se observe normas do código de processo civil, relativas a, por exemplo, notificação à Defensoria antes de se proceder a despejos, que se observe também a recomendação número 10, do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, que recomenda também cautela aos magistrados com competência em conflitos possessórios como também se observe a recomendação de número 90, do Conselho Nacional de Justiça, que vai nesse mesmo sentido. Então, o Conselho Estadual de Direitos Humanos foi acionado pelo Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) que acompanha aquela área na Praia do Sol e a partir desse acionamento, nós oficiamos a 1ª Vara de Mangabeira para que se observe todas essas recomendações", declarou o presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Olímpio Rocha.

A atuação do Conselho Estadual dos Direitos Humanos conseguiu suspender alguns despejos em Campina Grande, Bayeux, Santa Rita, com base nessas recomendações e o que se espera é que aconteça o mesmo em relação aos diversos casos de ameaça de despejo da Praia do Sol, . "Essa atuação constitucional do Conselho Estadual dos Direitos Humanos que é uma instituição histórica aqui no nosso estado, existe desde 1992 e portanto não fazemos mais que nossa obrigação", concluiu Olímpio.

 

Edição: Heloisa de Sousa