Os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) encerraram nesta sexta-feira (5) e a Paraíba contou com uma delegação de 229 atletas. O evento esportivo segue com as Paralímpiadas Escolares que iniciam no próximo dia 22 de novembro. Os JEBs estão sendo realizados na cidade do Rio de Janeiro e participam estudantes de 12 a 14 anos, em 17 modalidades.
Os JEBs unem jovens atletas de todos os estados brasileiros e de todas as classes econômicas e sociais, vale salientar. A Rede Municipal de Ensino de João Pessoa chegou a enviar 18 atletas, sendo 5 desses competidores das Paralímpiadas Escolares. Ao todo, foram 5 medalhas distribuídas para os atletas da rede municipal de ensino: Kaire Jamerson, Nicollas Viana, Ana Karolina Moura e Evily Wong competiram na modalidade Westreling, a luta olímpica.
O PAPEL DO ESPORTE
O discurso parece ser repetitivo, mas continuamos destacando a importância de programas e projetos sociais voltados ao esporte e às artes, pois são fundamentais em criar oportunidades para crianças e jovens, principalmente das escolas públicas. A prática esportiva serve para alicerçar a base de uma construção cidadã completa com a tríade: educação, esporte e cultura.
O esporte possui esse papel de socializar os indivíduos, de integrar nas mais diferentes classes, religiões, gênero. Competições como os JEBs afirmam esse pensamento quando juntam atletas de diferentes estados, regiões, cidades, proporcionando um espaço não só de competição, mas também de enxergar o outro pela sua vivência e história. As práticas esportivas são verdadeiras pontes pedagógicas onde se trabalham coletivo, grupo, regras, ocupação de espaços, reconhecimento de limites físicos e mentais e a inclusão. A democratização para o acesso à prática de esportes é mais que necessária, é obrigação do Estado.
SEM MINISTÉRIO, SEM INVESTIMENTO
Infelizmente não temos mais um Ministério do Esporte, pois em janeiro de 2019 a pasta foi extinta e incorporada ao Ministério da Cidadania pelo presidente Jair Bolsonaro. Assim como aconteceu com o Ministério da Cultura que se tornou uma Secretaria dentro do Ministério do Turismo. Tudo isso gerou um enfraquecimento das políticas públicas esportivas e culturais no país. Esse é o mesmo governo que enaltece os JEBs e diz valorizar o esporte. Vai entender, não é mesmo?
Uma coisa é certa: diante do caos que se encontra o país, só temos que enaltecer e agradecer aos professores e profissionais pedagógicos das redes públicas (em especial) que continuam lutando e resistindo todo dia para que seus alunos cheguem ao topo e, principalmente, com um pensamento crítico e coerente que transcorra aos campos social, político e educacional.
Até porque sabemos que valorizar e incentivar práticas esportivas não são uma pauta importante para um governo que quer que seu povo sucumba em ignorância, preconceito e intolerância e, por isso, eles têm pavor do poder transformador do esporte, da educação e da cultura.
Edição: Heloisa de Sousa