Para celebrar o Novembro Negro, mês da Consciência Negra e de Luta Contra o Racismo, a Abayomi - Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, realiza no período de 19 a 21, três ações Obirim Dudu na Pandemia Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres Negras. As ações serão realizadas nos territórios das comunidades tradicionais de Santa Rita, Cabedelo e João Pessoa. A programação reforça o 25 de novembro, dia do Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e o dia 18 de Novembro, com a celebração dos seis anos da Marcha das Mulheres Negras, em Brasilia.
Desta vez as ações serão em forma de oficinas sobre Violência e Mulheres Negras, facilitadas por integrantes da organização, tomando como base a especificidade de cada segmento. Nesta sexta-feira, 19, será realizada a primeira oficina com as mulheres de terreiro de Santa Rita. No sábado, a ação é com as mulheres marisqueiras de Cabedelo. Ambas serão iniciadas as 14h. No domingo 21, as 9h, a oficina será com as domésticas, em João Pessoa.
A Abayomi foi criada há seis anos, logo após a realização da Marcha das Mulheres Negras, no ano de 2015. A organização é composta por mulheres negras de formações acadêmicas diversas. Nestes seis anos a Abayomi tem realizado um trabalho na luta antirracista, enfrentamento à violência, o sexismo e em defesa da valorização e dignidade das mulheres negras na Paraíba.
Terlúcia Silva, integrante da Abayomi, explica o significado e a importância do Novembro Negro como o mês consagrado a Zumbi, no contexto de luta contra o racismo, pela consciência negra e igualdade racial. “É uma data em que se afirma a resistência, às histórias, as memórias e trajetória do povo negro. É um momento de reflexão, de reivindicação e visibilidade da luta, das pautas e das demandas. É uma data que vem sendo afirmada desde a década de 70 em contraposição ao 13 de maio, que para os movimentos sociais negros que atuam com a pauta, tem o significado de engodo, de uma falsa abolição”, critica Terlúcia Silva.
Ela explica o 20 de Novembro como uma data de referência na luta do povo negro. “É uma data de afirmação da figura de Zumbi de Palmares, um líder da resistência quilombola, que foi o Quilombo dos Palmares. Com Zumbi, temos uma série de outros lutadores e lutadoras, sobretudo fazemos a referência também a Dandara dos Palmares. Não é uma data simbólica, é uma data de afirmação da luta. É uma data que os movimentos saem às ruas, visibilizam as pautas, as demandas, e reivindicam o lugar de equidade nesta sociedade brasileira” considera.
Ela diz que esse ano a data tem um sentido importante por consolidar três momentos significativos na luta, “Marcar o 20 de Novembro trazendo conjuntamente a data do enfrentamento à violência contra a mulher, que é o 25 de Novembro, trazendo essa ação do Obirim Dudu na Pandemia Pelo Fim da Violência Contra às Mulheres Negras, para tratar destas questões nos territórios junto às mulheres das comunidades tradicionais e trabalhadoras domésticas na Paraíba”.
Outro grande momento é o 18 de Novembro, que esse ano marca a celebração dos seis anos de realização da Marcha das Mulheres negras contra o Racismo, enfrentamento a Violência e pelo bem viver. “A Marcha que trás para o país toda a força organizativa das mulheres negras que fazem a luta contra o racismo, o sexismo, as lgbtsfobias no Brasil”, destaca a ativista.
AÇÃO OBIRIM DUDU NA PANDEMIA– No Ano de 2020, mesmo com a pandemia em alta, a Abayomi realizou suas ações em diversos territórios de comunidades tradicionais de Santa Rita, João Pessoa e do Conde, com palestras sobre as mulheres negras no contexto da Pandemia, saúde, educação e enfrentamento à violência, seguidas com a distribuição de cestas básicas. Também realizou uma oficina de autosustentabilidade online, ensinando o passo a passo da boneca Abayomi ( boneca preciosa), com mulheres de entidades diversas.
Programação: Oficinas sobre Violência e Mulheres Negras:
- 19.11.21 – Mulheres de Terreiro de Santa Rita. (sexta-feira) 14h
- 20.11.21 – Mulheres Marisqueiras – Cabedelo. (sábado).14h
- 21.11.21 – Trabalhadoras Domésticas – João Pessoa. (domingo). 9h
Edição: Heloisa de Sousa