Paraíba

COMBATENDO O ESTIGMA

Campanha Dezembro Vermelho chama a atenção para o enfrentamento ao HIV e Aids

A narrativa, após 40 anos de HIV, não é mais morrer, mas sim viver com HIV”, diz Rosi Farias, do Cordel Vida

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |

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Dia 1° de dezembro marca o Dia Mundial de Combate à Aids.
Dia 1° de dezembro marca o Dia Mundial de Combate à Aids. - Foto: Adair Gomes/Imprensa MG

O preconceito e discriminação contra pessoas vivendo com HIV é um problema que ainda não foi superado. Uma das formas de combater o estigma, prevenir e detectar o vírus é através do Dezembro Vermelho, uma Campanha Nacional para o enfrentamento do HIV e Aids, como também de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). O tratamento do HIV torna o vírus indetectável, ou seja, não transmissível e não possível de desenvolver a Aids, sendo assim, é totalmente possível viver com HIV.

Além de campanhas preventivas, é necessário a existência de trabalhos contínuos. Nesse sentido, o Centro de Orientação e Desenvolvimento de Luta pela Vida (Cordel Vida) é uma organização da sociedade civil (OSC), que atua desde 2005 na Paraíba. “Nós Desenvolvemos oficinas educativas em diversos espaços com o objetivo falar sobre o que é o HIV, formas de prevenção e a importância da testagem e tratamento precoce”, explica Otoniel Cavalcante, educador social do Cordel Vida.

Em 2021, a Paraíba registra 660 novos casos de HIV. No entanto, este número pode não ser real, em fator da subnotificação durante pandemia, alerta Rosi Farias, coordenadora no Cordel Vida. De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV e Aids, do Ministério da Saúde, divulgado em dezembro deste ano, na Paraíba, de 2007 a 2021, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 3.492 casos de HIV. Com relação aos números do Brasil, segundo a pesquisa, foram diagnosticados 32.701 novos casos de HIV, em 2020. No mesmo ano, em relação à Aids, o número foi de 29.917 novos casos.

“Precisamos muito discutir sobre preconceito. Esse é um dos motivos que impedem que as pessoas busquem tratamento ou revelem a sua sorologia por medo de julgamento, medo de abandono, medo da discriminação. Esse é um processo muito doloroso para quem recebe o diagnóstico de HIV, pois se torna algo muito solitário”, comenta Rosi Farias.

Recentemente aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o medicamento Dovato é o novo tratamento para o HIV. Ele agrega dois antirretrovirais em apenas um comprimido de dose diária. Conforme Rosi Farias, o Dovato é um aliado para a adesão do tratamento. “A narrativa, após 40 anos de HIV, não é mais morrer, mas sim viver com HIV”, diz.

A camisinha é uma forma de prevenção de qualquer infecção transmissível sexualmente. Outra maneira de precaver o HIV é o uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEp) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). As medicações são fornecidas pelo estado da Paraíba. Conforme Otoniel, do Cordel Vida, a PEP é oferecida no Hospital Clementino Fraga, no Instituto Cândida Vargas e no Hospital Universitário (HU). Já a PrEp é ofertada no Hospital Clementino Fraga para populações específicas.

Independente da orientação sexual e da identidade de gênero, todas as pessoas podem e devem fazer testes para detecção das IST´s. Para fazer os testes rápidos, basta ir até um PSF do seu município.

Edição: Heloisa de Sousa