Na última semana, o Campeonato Paraibano Feminino realizou sua final com dois grandes times, de um lado as já consagradas Belas do Botafogo-PB e do outro as estreantes do VF4, time do jogador Victor Ferraz. O jogo foi extremamente disputado com as duas equipes jogando duro para levantar a taça. O empate ocorreu no tempo regular e seguiram aos pênaltis, quando o VF4 bateu o Botafogo por 1(4) x 1(2), com destaque para a atuação da zagueira Thayná, assumindo o posto da goleira Carla que se machucou aos 47 do segundo tempo. Thayná brilhou e agarrou duas penalidades dando o título ao VF4.
O projeto social VF4
O VF4 é um empreendimento socioeducativo idealizado e mantido pelo jogador paraibano Victor Ferraz, o projeto que teve início em novembro de 2017 tem sede em João Pessoa. O VF4 acolhe crianças com idades entre 11 e 17 anos para inseri-las no universo do futebol profissional, também funciona como clube de futebol e está federado a Federação Paraibana de Futebol, o que permite participar de competições a nível estadual e nacional organizadas pela CBF.
As crianças recebem todo apoio e preparo não só das áreas técnicas como treinadores e preparadores físicos, mas também o acompanhamento multidisciplinar de médicos, psicólogos, nutricionistas e dentistas. Para participar do projeto a criança ou jovem precisa estar devidamente matriculado em uma escola.
A entrada do futebol feminino no VF4 aconteceu nesta temporada já conquistando um título paraibano e com vaga garantida no Brasileirão Feminino A3.
O esporte como ferramenta de inclusão
Educação, cultura e esporte são as principais ferramentas para o crescimento de um ser humano. Não é de hoje que lemos, ouvimos ou conhecemos alguma história sobre a importância desses pilares no desenvolvimento de uma criança. Infelizmente vivemos tempos sombrios de negação frente a esse tripé social, mas há quem ainda lute para manter a educação, a cultura e o esporte de pé.
São projetos e iniciativas como essa do VF4 que colaboram para que vidas não sejam perdidas e para que crianças tenham dignidade e o mínimo para viverem suas infâncias. Eu continuo acreditando no poder do esporte e como ele fortalece o mental, transforma ideias, ensina sobre perdas e vitórias e cria laços de amizade. Não é uma fórmula mágica, é saber olhar a sociedade que vivemos, é investimento na qualidade de vida, é imaginar o futuro de tantas crianças e jovens, é dar oportunidade, é incluir, é entender que ter acesso à educação, cultura e esporte é direito de todos e todas. De fato, se as políticas públicas e afirmativas estivessem acontecendo no país, teríamos mais talentos revelados nesse meio e menos crianças nas ruas.
Edição: Heloisa de Sousa