O Levante Popular da Juventude completa 10 anos de existência neste mês de fevereiro. O Levante é um movimento popular de jovens, que busca transformar a estrutura da sociedade brasileira. "Somos a juventude do Projeto Popular, e nos propomos a ser o fermento na massa de jovens do país", assim se define o Levante em suas redes sociais.
O Levante existe desde 2012 e começou a atuar de uma forma criativa e inovadora, através da utilização de escracho, forma descontraída de chamar a atenção da população brasileira para os problemas que esta enfrenta, denunciando injustiças a partir do uso de performance, manifestação artística e uso de impacto visual e sonoro.
Daiane Araújo, Coordenação do Levante na Paraíba, nos explica como surgiu o Levante.
"O Levante Popular da Juventude se nacionalizou em 2012, a partir do escrachos aos torturados da ditadura, reivindicando Verdade, Memória e Justiça pelos nossos que foram mortos, mutilados, exilados, desaparecidos nesse período sombrio e que ao longo desses 10 anos carregamos essa marca da agitação e propaganda, da construção de ações diretas também mais ousadas para denunciar as nossas lutas e os responsáveis por elas e ao longo desses 10 anos, a gente também construiu cotidianamente o processo de organizar os jovens, seja aqueles que estão nas universidades, nas escolas ou nas periferias, a partir da nossa frente territorial e carregando e multiplicando o sonho de transformar a sociedade que a gente se desafia a viver.", explicou a militante.
Nesse percurso, alguns dos escrachos que o Levante fez chamaram a atenção do Brasil. Em 2013, o movimento devolveu merdas a Rede Globo, devido à manipulação realizada pela emissora na consciência das brasileiras e dos brasileiros, ato que enfatizou a luta pela democratização da comunicação. No ano de 2015, denunciou Eduardo Cunha, à época presidente da Câmara, jogando em Cunha dólares falsos, representando a corrupção praticada por ele. Em 2016, o então deputado Jair Bolsonaro recebeu uma chuva de glitter da juventude como um recado contra a homofobia, o racismo, e as ideias fascistas propagandeadas por ele. Mas as ações do Levante vão além dessas.
"A gente fala que viver é resistência e viver é resistência porque nada nunca nos é dado, a gente vive numa sociedade racista, machista e patriarcal que cotidianamente os jovens sabem o desafio que é circular na cidade, construir espaços de cultura, espaços que são nossos. E conseguir transformar essa sociedade, uma sociedade em que homens e mulheres possam ser livres em corpos e consciência é necessário muita luta para que esses sonhos sejam concretos. Nesse sentido também ao longo desse período, a gente construiu entidade estudantil, construiu o nosso cursinho pré-vestibular, hoje consolidado em quase todos os estados, que é o cursinho Podemos+, nos desafiamos também a construir espaços de cultura e resistência nas periferias e carregamos a solidariedade popular como um princípio político e organizativo para transformar a vida do povo.", disse Daiane.
Para comemorar os 10 anos, neste sábado, a partir das 18h, os jovens do Levante Popular da Juventude vão se reunir no local, e vão receber diversas atrações artísticas para marcar o dia de seu aniversário e mostrar tudo que já realizou ao longo desse período.
"Acima de tudo nesses 10 anos, o Levante Popular da Juventude colocou para milhares de jovens que só a luta muda a vida, por isso é fundamental estar organizado. Sou suspeita para falar do Levante porque o Levante mudou o sentido da minha vida, dando esse sentido que é coletivo, que é o que a gente se desafia a mostrar para juventude e fazer com que esse processo de se organizar seja uma saída também para esse momento estar organizado. Acho que comemorar e celebrar esses 10 anos é trazer essa memória do que a gente já construiu mas é também pensar nosso sentido político e o desafio de organizar a juventude para a transformação da sociedade para o próximo período, então vida longa para o Levante Popular da Juventude!", finalizou Daiane Araújo.
*Locução de Áudio: Jornalista Carolina Ferreira (Rádio BdF-PB).
Edição: Heloisa de Sousa