Os profissionais da enfermagem fizeram um protesto nesta terça-feira (08), pela manhã, em João Pessoa. A caminhada teve concentração no final da Epitácio Pessoa e terminou no Parque Solon de Lucena.
Os profissionais fizeram um movimento unificado em todos os estados do Brasil pedindo para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), colocar em pauta o PL 2564. De acordo com o texto do projeto, o piso salarial de enfermeiros em todo o Brasil seria de R$ 4.750; o de técnicos de enfermagem em R$ 3.325,00; e o de auxiliares e de parteiras R$ 2.375.
“Muitos deputados já assinaram o pedido de urgência para esse PL, então aqui nós também estamos na luta. Não esquecendo que temos 12 deputados federais na Paraíba e todos eles nos declararam apoio”, explica Milka Rêgo, Presidenta do Sindicato dos Enfermeiros/as da Paraíba.
O protesto contou com cerca de 800 pessoas, e teve carro de som, faixas, cartazes, camisas pagas pelos próprios manifestantes e adesivos. “O protesto foi lindo, como eu nunca vi realmente. Foram muitas pessoas, foi emocionante, foi lindo”.
Próximos passos
A partir de agora a categoria espera as orientações do Fórum Nacional: “Estamos esperando a posição do Fórum Nacional da Enfermagem para a gente decidir quais os passos seguintes, porque hoje, o pessoal está lá em Brasília também para tentar essa reunião com Arthur Lira, para ver se ele vai colocar esse PL nas comissões. A gente não sabe quando vai ser pautado. Ele disse que vai passar por quatro comissões, que têm o tempo mínimo de 45 dias para apreciar o projeto, e o tempo máximo pode levar anos. A gente não vai perder as esperanças, mas a gente vai ficar no caminho mais difícil”
A reivindicação da enfermagem não vem de hoje. Esse projeto de lei já está para votação desde o ano 2000. São 22 anos de espera.
“Eu acho que a pandemia acordou o gigante adormecido que existe em cada profissional, porque nós nos desdobramos em dois ou três trabalhos para dar uma vida digna aos nossos familiares. E enquanto isso, ficamos exaustos. Quando você trabalha muito, a qualidade da assistência cai, então quem sai ganhando com aprovação desse projeto também é a sociedade. Sem enfermagem não se faz saúde”, comenta Milka.
Edição: Heloisa de Sousa