Entre os dias 17 e 19 de março, a cidade de João Pessoa vai receber grandes nomes da capoeira durante a realização o 5º Festival Ginga Nação: Unindo forças contra a Fome. O auge do momento vai ficar por conta da formatura do contramestre Antônio Guedes Júnior, mais conhecido como Ligeirinho, que acontece no dia 19 de março, no Cejube, no bairro Gramame. Ligeirinho é liderança do Grupo Capoeira Brasil no Estado da Paraíba (GCB-PB), uma das maiores agremiações de capoeiragem do mundo. "O encontro consolidará um reconhecimento formal que Ligeirinho já carrega no meio da capoeiragem brasileira e internacional", explica a organização do evento.

No perfil do GCB-PB, na rede social Instagram (@gcbparaiba), é possível ver na aba de destaques “Formatura”, as personalidades de mestres e contramestres da Paraíba, do Brasil e de outros países já confirmadas para o festival. Em virtude do seu alcance, o evento foi contemplado em dois editais (estadual e municipal), da Lei Aldir Blanc.

Ligeirinho é reconhecido nacional e internacionalmente pelo trabalho sociocultural que desenvolve junto ao Centro Cultural Ginga Nação, que atua em diversas comunidades, ofertando aulas de capoeira e outras manifestações culturais, como maculelê, coco de roda e samba de roda, para mais jovens, entre adultos e crianças de baixa renda dos bairros de Grotão, Funcionários II, Geisel, Mangabeira I, Cidade Verde, Timbó, Bancários e vários outros bairros da capital. A formatura de Ligeirinho, durante o 5º Festival Ginga Nação: Unindo forças contra a Fome, consolida sua trajetória em defesa da capoeira e de melhores condições para o povo brasileiro.

"Essa festa não faria sentido para nós, do núcleo paraibano do Grupo Capoeira Brasil, sem a massiva presença dos/as amigos/as, companheiros/as de toda hora presentes ao longo da jornada de décadas", afirma o chamado do Festival, que tem com tema a fome. 

"Em média, o nicho praticante de capoeira do estado da Paraíba se encontra nas camadas mais vulneráveis da classe trabalhadora, a mesma que está inserida nos processos de empobrecimento e vulnerabilidade, tendo efeitos ainda piores nas mulheres e nos/nas pretos/as. Desta forma, entendemos como imprescindível a abertura da discussão do tema entre nossa categoria de arte trabalhadores da cultura popular e seus praticantes, bem como de proposições coletivas para atenuar as severas privações por que passam mestres, mestras, contramestres, contramestras,  detentores/as de um saber já registrado como patrimônio cultural imaterial nacional e da humanidade", afirma a organização do Festival, que também diz ser este o tema mais importante dentre todos os outros abordados anteriormente.

A justificativa para abordar tal assunto durante o Festival está, segundo a organização, no fato de a economia brasileira estar, nos últimos anos, em estado de estagnação e recessão além de ter ocorrido o aumento da desigualdade social, da população de rua e da extrema vulnerabilidade social. "Dados mais recentes apontam para o alarmante número de 19 milhões e meio de brasileiros e brasileiras, adultos em idade funcional, idosos e crianças sob condições de insegurança alimentar. Já há na base social, famílias com intervalo de refeições de dois em dois dias, exemplificando o estado de miserabilidade de boa parte da população brasileira", analisa a organização do 5º Festival Ginga Nação:  Unindo forças contra a Fome.

Veja a seguir a programação o Festival:

Programação do 5º Festival Ginga Nação. / Reprodução

Conheça mais sobre o Centro Cultural Ginga Nação

 

O Centro Cultural Ginga Nação é uma entidade civil de caráter privado, sem fins lucrativos, criada com o objetivo maior de pesquisar, desenvolver e difundir a Capoeira e suas vertentes no Estado da Paraíba, considerando sua relevância no aspecto artístico, socioeducativo, esportivo e cultural para a comunidade.

Surgiu em 2007 tendo à frente o coordenador o Contramestre Ligeirinho, sob supervisão do Mestre Kim desde 2010, do Grupo Capoeira Brasil de Fortaleza–CE, e tem atuação em quase todo território brasileiro e que também em outros países como Austrália, Bélgica, Estados Unidos, Nova Zelândia, Nova Caledônia, Hong Kong, Hungria, Japão, Espanha, França, México, Alemanha, Holanda, entre outros.

O Centro desenvolve trabalhos com crianças e adultos, tendo sempre em vista o desenvolvimento de ações para a defesa, elevação e manutenção da qualidade de vida do ser humano, por meio da promoção de projetos esportivos e atividades educacionais em esportes, com ênfase na capoeira.

O centro cultural realiza suas atividades por meio de uma rede de capoeiristas que integram a associação, com presença, atualmente em quase todos os bairros da grande João Pessoa.

O Centro Cultural atua como escola de profissionalização da capoeira, atuando em instituições de ensino públicas e particulares. O grupo hoje está presente em respeitadas escolas da capital paraibana, repassando a arte da capoeira como uma ferramenta capaz de favorecer o equilíbrio físico e psico-afetivo dos alunos. Com este trabalho, leva a capoeira e seus benefícios a mais de 500 crianças, jovens e adultos.

 

Edição: Heloisa de Sousa