Paraíba

POESIA LIVRE

DPE-PB realiza 2ª edição do concurso de poesia para mulheres encarceradas

“Transformando o silêncio das grades em linguagem - Ano II” - com reeducandas das 4 penitenciárias femininas do Estado

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Ilustração - Imagem: CEE-FIOCRUZ

“Liberdade.../ Quando perdida/ Difícil ser recuperada/ Mesmo parecendo tão distante/ És profundamente esperada”.

O sentimento que a reeducanda Larissa Rodrigues transformou em poesia deu a ela o primeiro lugar no concurso “Transformando o silêncio das grades em linguagem”, promovido pela Defensoria Pública do Estado (DPE-PB) com mulheres encarceradas, em 2021.

O mesmo Concurso “Transformando o silêncio das grades em linguagem - Ano II” será promovido pela Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) novamente, em alusão ao Mês da Mulher.

Reeducandas das quatro penitenciárias femininas do Estado (João Pessoa, Campina Grande, Patos e Cajazeiras) foram convidadas a participar do concurso. Como as mulheres presas na Penitenciária de Cajazeiras foram transferidas para Patos por causa da reforma do prédio, o convite a elas foi dirigido à direção do presídio de Patos. 

O prazo para apresentação das poesias encerrou no último dia 14 de março. Pelo cronograma estabelecido em edital, a direção dos presídios tem até esta sexta-feira (18) para encaminhar o trabalho das candidatas à CAEP.

A seleção será realizada por uma comissão estabelecida pela Coordenadoria, que elegerá a poesia vencedora e cinco menções honrosas. O tema deste ano é “Mulher e encarceramento”.

De acordo com a coordenadora da CAEP, Waldelita Cunha, a proposta de remição de pena foi levada aos juízes das Varas das Execuções Penais das quatro comarcas com unidades prisionais femininas. “Nós requeremos a aplicação da remição de pena como forma de estímulo a essas mulheres. O concurso é uma ação de ressocialização e a experiência do ano passado foi bastante positiva, com obras que emocionaram a todos”, disse Waldelita.

A defensora pública ressaltou que os juízes foram receptivos a proposta, sinalizando positivamente quanto a possibilidade de aplicação do instituto. O grupo acordou a realização de uma reunião futura para discutir a metodologia a ser aplicada.

O projeto “Transformando o silêncio das grades em linguagem” foi idealizado pela defensora pública Monaliza Montinegro, do Núcleo Especial de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NEDEM). Ela esteve reunida com a equipe do CAEP e com as defensoras públicas que atuam nas unidades prisionais para contribuir com a execução do projeto. A ação tem o apoio da Secretaria de Estado da Administração Penitenciárias e das direções dos presídios.

Edição: Heloisa de Sousa