Um protesto de estudantes fechou a avenida principal da Escola Estadual Cônego Francisco Gomes de Lima na manhã desta sexta-feira (27). Os alunos protestaram por obras de manutenção e reparos da escola. Muitas salas de aula encontram-se sem energia elétrica, lâmpadas, com risco de choque elétrico, sem ventilação ou ventiladores, e muitas salas administrativas apresentam infiltração.
A escola não passou por reparos de manutenção durante os dois anos de pandemia, fato que a comunidade escolar já comunicou diversas vezes à Secretaria de Educação, sem nunca receber resposta.
“João Azevedo, pare de postar fotos lindas de entrega de notebook na página do @educacaogovpb e cuide das escolas da nossa Paraíba!!!”, comentou Bruna Amorim, mãe de aluno.
“Muito bem, alunos lutando por melhores condições de uma escola referência no Geisel, abandonada pelo poder público”, apoia Wilson Aragão.
Após a mobilização de hoje, a Secretaria de Educação enviou agentes para a escola para dizer que enviariam técnicos para fazer uma averiguação da situação da escola.
Problema de infraestrutura em dezenas de escolas da Paraíba
O governo não se preparou durante a pandemia. Não levou em consideração as chuvas que a Paraíba sempre tem nos meses entre junho e setembro
O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep/PB) realizou recentemente um levantamento onde constatou que mais de 80% das escolas da Paraíba não passaram por nenhum tipo de manutenção ou reforma durante os dois anos de pandemia.
Em mais de 60% das escolas do estado, falta pelo menos um professor - metade delas são Escolas Técnicas que amargam ausência de professores técnicos, de disciplinas específicas.
“Então há sim um grande problema de infraestrutura em dezenas de escolas da Paraíba. O governo apenas anunciou uma licitação para manutenção de 100 escolas mas nós temos 600 escolas na rede. Lembrando que manutenção não é Reforma. Manutenção é pintura, trocar lâmpada, trocar fechadura, esse tipo de serviço que não pode ultrapassar R$ 150 mil”, explica Felipe Baunilha, da direção do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep/PB).
“O problema é que o governo não se preparou durante a pandemia. Não levou em consideração as chuvas que a Paraíba sempre tem nos meses entre junho e setembro. E hoje nós temos aí diversas escolas nessa situação”, complementa Baunilha.
Outras escolas vêm denunciando a urgência de reformas e reparos. É o caso da Ecit João Goulart, no bairro Castelo Branco e algumas escolas da região de Mamanguape.
Para isso foi criada a página @deolhonasescolaspb no Instagram para denunciar os problemas de estruturas por que estão passando.
Edição: Heloisa de Sousa