Integrantes da 13ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra decidiram realizar uma intervenção na última segunda-feira (06), reunindo jovens do Rio Grande do Norte, Pernambuco e da Paraíba para denunciar os crimes ambientais e trabalhistas promovidos pela Usina Santa Tereza, localizada às margens da BR-101, no município de Goiana, estado de Pernambuco.
Atividade / Foto: Comun. MST/PB
Carregados de símbolos de luta, palavras de ordem, intervenções e muita batucada, a juventude trouxe à tona os vários desastres e crimes provocados, principalmente, em decorrência da monocultura da cana-de-açúcar, predominante na região Nordeste. A prática, além de provocar queimadas, é responsável pelo desmatamento da Mata Atlântica, compactação e contaminação dos solos e águas, causando enchentes, fome, morte e destruição da biodiversidade.
A Usina Santa Tereza tem um histórico de envolvimento com atos de violência, incluindo processos judiciais sobre morte de trabalhadores, além da precarização e dívidas trabalhistas.
"Hoje, mais ainda, a Juventude Sem Terra denuncia que sua atuação na região provocou as enchentes ocorridas, resultando em 128 mortes causadas pelo agronegócio, que só deixa rastros de destruição miséria e omissão do poder público. A ação integra a 13ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra que, pela passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente, realiza em todo o país ações de luta e denúncia dos crimes ambientais", destaca a página @mstparaiba.
A Usina utiliza a monocultura de cana de açucar, além de ser envolvida com o assassinato de um camponês em 1998.
"Estamos aqui para denunciar
A monocultura da cana
Que provoca o desmatamento da mata atlântica
Causando enchentes, fome, destruição e morte
O que aconteceu aqui em Pernambuco
Não foi um desastre ambiental
Foram 128 mortes provocadas pelo agronegócio
Que não produz comida, produz miséria
São 128 mortes que poderiam ter sido evitadas
Com outro projeto de sociedade
Por isso, defendemos a Reforma Agrária Popular
A agroecologia, o plantio de árvores
E vida digna para o povo brasileiro"
Encontro
Com o lema "Juventude em Luta, pela Terra e por Soberania!", a 13ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra teve início, este ano, nacionalmente no dia 01 de junho, mas na Paraíba, o evento começou no dia 04 de junho, no Centro de Formação Elizabeth e João Pedro Teixeira, em Lagoa Seca (PB).
Atividade / Card: Reprodução
Com mística, formação, trabalho de base e organização nos territórios, o objetivo deste ano foi trazer o debate sobre a crise ambiental, uma das faces da crise estrutural do capitalismo, e o papel da juventude na luta contra o processo de exploração e dominação dos territórios, dos bens comuns e da soberania dos povos. Esta é a primeira vez que a Jornada da Juventude Sem Terra acontece fora do mês de agosto.
Logo na acolhida, houve a participação da juventude no Lançamento dos Comitês Populares de Luta da Paraíba, que contou com a presença de diversos partidos e organizações do campo popular.
Atividade / Foto: Comun. MST/PB
Com muita mística e empolgação, a abertura foi realizada durante a tarde, com apresentação do encontro, saudações das juventudes dos estados, direções e organizações presentes, como o Levante Popular da Juventude, Pastoral da Juventude Rural e Associação Cultural e Agrícola dos Jovens Ambientalistas da Paraíba.
Em seguida, com intuito de fortalecer as experiências dos Ateliês Populares e do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, foram iniciadas oficinas de batucada, ateliê, teatro e sistemas agroflorestais (SAF).
Prof Jonas Duarte / Foto: Comun. MST/PB
Durante a jornada, os jovens realizaram plantio simbólico de mudas em homenagem às vítimas dos últimos desastres ambientais.
O professor Jonas Duarte trabalhou com a turma o tema da Questão Ambiental e os impactos dos desastres ambientais; participaram, também, do momento de inauguração do sistema de energia solar do Centro de Formação Elizabeth e João Pedro Teixeira, e em seguida, com muita animação, seguiram para a conclusão das oficinas que foram iniciadas no primeiro dia.
Edição: Heloisa de Sousa