Paraíba

VIOLÊNCIA

Diocese de Guarabira publica nota de repúdio a ataque de bolsonaristas contra bispo na PB

Segundo os religiosos, ações foram “claramente motivadas por tendências ideológicas fascistas e autoritaristas”

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Dom Aldemiro Sena foi hostilizado por orientar fiéis a escolher candidatos que apoiem os pobres - Foto: Reproduçã/Pascom Luz

A Diocese de Guarabira publicou, no último domingo, uma nota repúdio em solidariedade ao bispo Dom Aldemiro Sena dos Santos, que foi vítima de agressões verbais de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Igreja Catedral de Nossa Senhora da Luz.

Segundo a Diocese, os ataques teriam ocorrido na sacristia da igreja, após a celebração da Santa Missa ainda na manhã de domingo. O motivo teria sido uma recomendação do bispo feita durante a celebração aos fiéis de que, nas eleições, optassem por candidatos que ajudem os pobres. Insatisfeitos com a orientação, um grupo de bolsonaristas presentes foi até o padre para questioná-lo e hostilizá-lo.

De acordo com a nota da Diocese de Guarabira, as “ações de repressão e opressão à fé cristã” foram “claramente motivadas por tendências ideológicas fascistas e autoritaristas”.

“Atitudes de violência, como a que foi sofrida pelo Bispo de Guarabira, sinalizam a existência de perseguição ao cristianismo autêntico que tem sua opção pelos mais pobres Lc 6,20), vulneráveis (Jo 8,11), estigmatizados e marginalizados (Mc 1,40-41). Não obstante, também desvelam aqueles que, de fato, desrespeitam a fé, maculam a religiosidade e profanam o templo ao modelo dos vendilhões expulsos por Nosso Senhor (Jo 2,13-16)”, denuncia o texto.

Os religiosos ainda destacam no documento que “que quaisquer tentativas de silenciar a pregação do Evangelho configura-se como uma violação à liberdade religiosa, direito assegurado constitucionalmente”. E concluem:

“Por fim, é imprescindível reiterar que, através desta, repudia-se não apenas o ataque fascista à pregação do Evangelho ocorrido na casa de Nossa Senhora da Luz, mas a toda e a qualquer forma de violência, de violação à liberdade religiosa, de perseguição e intolerância”.

Confira a nota na íntegra na página da Diocese de Guarabira.

Edição: Maria Franco