A Paraíba recebe, pela primeira vez, o Encontro de Maracatus de Baque Virado (na sua 10ª edição - 2022) entre os dias 12 a 15 de novembro, na Fazenda Coração de Mãe, área rural de Conde-PB.

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São cerca de 15 nações de grupos/nações de maracatu de Baque Virado da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte circulando saberes e troca de vivências durante três dias, e cerca de 300 artistas e brincantes envolvidos na programação, recheada de apresentações, debates e mesas redondas. 

Nesta edição, o símbolo são as Baianas Ricas, importantes personagens que compõem a Corte Real dos Maracatus Nação com a sua dança e elegância no processo de construção da comunidade dentro da maracatu nação.

O Encontro de Maracatus de Baque Virado vem acontecendo desde 2002 em diversas cidades do Brasil, fomentando espaços e trocas de saberes ligados à cultura afro-brasileira.

“A proposta é fazer essa integração entre grupos e fortalecer o maracatu, as culturas populares, o intercâmbio entre grupos para a gente fortalecer esse cenário de maracatu e de cultura popular aqui da Paraíba. Fortalecer esses vínculos também com outros grupos, de outros estados, que estão fomentando essa cultura”,  explica Angela Gaeta, coordenadora do grupo Maracastelo (@coletivomaracastelo), de João Pessoa.

O destaque do evento deste ano é a visibilidade para a população LGBTQIAP+, com a presença de artistas que apresentam personagens das Baianas Ricas do Maracatu, além de receber convidadas de honra como a Rainha Marivalda da Nação Estrela Brilhante de Recife - uma das rainhas de maior referência no maracatu - e mestre Toinho - um dos regentes mais antigos da percussão das nações de maracatu.

“Já fizemos o I Encontro de Batuques da Paraíba, e tínhamos muita vontade de fazer um encontro de maracatus. E, por conta dessa relação do Maracastelo com o Encontro dos Maracatus do Brasil, a gente está fazendo a versão paraibana, a 10ª edição desse evento que tem a proposta anual de apresentar um homenageado. Então, nesta edição serão as Baianas Ricas, que são personagens que compõem o maracatu e têm uma expressividade LGBT muito forte. Mas é um evento que tem essa proposta de promover o intercâmbio e a troca de saberes em torno do maracatu”, enfatiza Angela.

Ela conta que o Maracatu na Paraíba vem passando por um processo de renascimento nos últimos anos: “A gente vai ter um dia totalmente voltado para pensar e refletir a questão do maracatu na Paraíba que, nos últimos anos, tem passado por um processo de retomada com suas conquistas e suas contradições também. E tudo isso é fruto de uma opressão que houve ali até a década de 20, e a gente tem alguns registros de maracatu até 1920, mas que foi totalmente extinto. Então, há cerca de 20 anos a gente vem tendo uma retomada com alguns grupos, e até mesmo uma Nação de maracatu”.

Programação

No sábado haverá uma oficina com as Baianas Ricas das nações convidadas, e no domingo e na segunda-feira serão os dias de maior concentração de apresentações no palco.

As apresentações serão: Nação Tupinambá, Nação Baque Forte, Nação Sol Brilhante, Nação Estrela Brilhante, do Recife, Nação Zamberacatu, de Natal e, para fechar a noite, o Coco Novo Quilombo, do Ipiranga.

Na segunda-feira haverá apresentações do Encanto do Dendê, da Nação de Oxalá, e do Cavalo Marinho de Pedras de Fogo.

Ainda estão aguardando a confirmação do Coco de Olga, da cidade de Igarassu.

“A gente vai ter um baque coletivo onde todos aqueles que gostam de maracatu, que queiram tocar, se aventurar, vão poder tocar. A gente vai fazer uma misturada boa no meio da tarde e na terça-feira a concentração é às 15h na Praça das Muriçocas para o evento de encerramento”, convida Angela.

Todas as manhãs do domingo, segunda e terça-feira haverá uma mesa de bate-papo. O primeiro bate-papo (no domingo) será sobre as Baianas Ricas; na segunda-feira vai ser com mulheres lgbts dentro do maracatu dialogando um pouco sobre a vivência delas, e na terça-feira, haverá um bate-papo sobre o Maracatu na Paraíba.

O encerramento terá parceria com a Escola Viva Olho do Tempo, com cortejo de encerramento em prol do Rio Gramame. 

O Encontro tem acesso gratuito a todos e todas.

Realização

A realização é uma articulação do ponto de cultura Maracastelo com o Encontro Nacional, num trabalho em rede. Há uma parceria com a Funesc/PB, que se interessou pelo projeto e resolveu apoiar. Também há parceria com o Núcleo de Diversidade Cultura e Afro-educação (Dica) da UFPB, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI/IFPB), do IFPB, além de projeto de extensão da UFPB e projeto de eventos de extensão do IFPB.

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A entrada simbólica para ajudar a viabilizar a alimentação dos grupos/nações envolvidos será 1 kg de alimento não perecível.

A coordenação reitera que, mesmo com a gratuidade do evento é necessário que sejam feitas as inscrições através do formulário online, “Garanta seu espaço de dormida e não esqueça de trazer a sua barraca e o colchão inflável. Idosos e pessoas com crianças serão priorizadas nos alojamentos disponíveis”

O link da Inscrição está na BIO do @EncontroSMaracatuBrasil e no do @coletivomaracastelo

Evento coletivo e solidário: Faça sua doação e colabore com a realização do EncontroS pelo PIX:
[email protected]

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Maracastelo

“O ponto de cultura Maracastelo apresenta, todo mês de novembro, um evento de maior porte porque, para a gente, é parte integrante da formação dos novos brincantes e maracatuzeiros e maracatuzeiras que vêm com a oficina. Então, novembro é um mês de culminância, e as equipes do evento serão todas compostas por pessoas do Maracastelo e pessoas da oficina do Maracastelo, além de voluntários do ponto de cultura”, conclui Angela Gaeta.

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O Ponto de Cultura Maracastelo, em atividade desde o ano de 2014, atua na salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro e dos fazeres culturais populares e tradicionais. Atua nas áreas de cultura, educação, arte e comunicação, com projetos independentes e/ou em parcerias com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Instituto Federal da Paraíba (IFPB), ECIT Francisca Ascensão Cunha, Nação Estrela Brilhante do Recife, Comunidade Jongueira Dito Ribeiro, associações e outros Pontos de Cultura pessoenses e paraibanos.

 

 

 

 

Edição: Maria Franco