A exposição intitulada de ‘Meninocidade’ que tem curadoria de Maria Menezes e texto do artista plástico Guto Oca, é composta por três séries de pinturas e esculturas que retratam a cidade de João Pessoa, sua arquitetura e as pessoas que dela participam. Todas as obras estarão em exposição até 4 de dezembro no Centro Cultural de São Francisco, que fica localizado no Centro de João Pessoa.
Davi Queiroz é artista plástico pessoensse e possui um ateliê na Capital onde ministra oficinas de desenho, pintura e escultura. Para essa exposição ele explica que o conceito foi mostrar os “vestígios da cidade” a partir da arquitetura e das pessoas que transitam ao seu redor. “Captei no olhar mais expressionista fragmentos e pontos da arquitetura de João Pessoa, às vezes trazendo à cena alguns indivíduos que achei interessante que compusessem o cenário, mas sempre com o olhar para a arquitetura”, afirma.
Um outro ponto que o artista destaca é a proposta de refletir as camadas sociais que perpassam esses espaços, por isso, ele trouxe para as obras a particularidade da infância que compõe a cidade sob uma ótica de classe, raça e ocupação de territórios. “A segunda parte da série, propõe uma reflexão social a respeito da infância e seus mecanismos de sobrevivência; são figuras escultóricas e vamos perceber que tem um resgate e um mergulho bem modernista”, explica Davi.
O professor Hiago Trindade em texto-análise sobre a exposição pontua que as obras de Davi Queiroz busca chamar atenção para as muitas crianças que ainda vem tendo sua infância violada em seus direitos fundamentais, "O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabeleceu um novo olhar para esses indivíduos, pois enfatizou a necessidade de tratá-los como prioridade absoluta, como sujeitos de direitos. Muitas crianças ainda vem tendo sua infância roubada e a exposição de Davi apresenta as múltiplas faces da infância no Brasil: desde aquelas que permeiam o imaginário social - com ênfase nas brincadeiras, no lúdico - até aquelas que escancaram as desigualdades sociais e raciais, quando retrata o trabalho infantil de uma criança negra que labuta com caranguejos", pontua.
O Centro Cultural de São Francisco funciona de terça a domingo, das 9h às 15h.
Edição: Maria Franco